Agência Estado
postado em 28/12/2018 22:00
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou nesta quinta-feira, 28, que abriu dois novos inquéritos administrativos envolvendo a JBS e um contra a Eldorado Brasil Celulose S.A, ambas empresas controladas pela J. Os inquéritos são decorrentes de processos administrativos abertos pela autarquia para investigar as empresas. Com isso, sobem para três os inquéritos administrativos abertos contra a JBS, que coleciona ainda seis processos administrativos em análise, e três processos sancionadores com acusação já formulada em andamento.
Até o momento, a CVM julgou apenas um processo administrativo sancionador, para apurar eventual responsabilidade de Jeremiah Alphonsus O'Callaghan, diretor de Relações com Investidores da JBS S.A., por não inquirir os administradores e controladores da JBS a respeito das informações referentes à celebração dos acordos de colaboração premiada, veiculadas na imprensa no dia 17 de maio de 2017, e por divulgar intempestivamente e de forma inapropriada comunicado ao mercado com informações sobre Fato Relevante.
O julgamento foi realizado em julho deste ano e decorreu em multa de R$ 200 mil pela falta de divulgação do Fato Relevante.
Os processos envolvendo a JBS na CVM tratam de temas tão diversos quanto suspeitas de influência no Conselho de Administração da BRF, empresa com a qual concorrem em alguns segmentos, ou o uso de aeronave da companhia por Joesley Batista.
Todos decorrem de informações que vieram à tona com as apurações iniciadas após se tornar pública a gravação da conversa de Joesley com o presidente Michel Temer e a delação premiada dos irmãos Batista, em maio de 2017.
Os novos processos administrativos, instaurados em 27 de dezembro, envolvem apuração de irregularidades relacionadas à possível inobservância dos deveres do acionista controlador e dos administradores da JBS S.A. em função de práticas tornadas públicas pelo acordo de colaboração premiada celebrado por sete administradores da companhia e sua acionista controladora (J Investimentos) com o Ministério Público; à possível inobservância dos deveres fiduciários dos administradores da BRF S.A. em função de práticas tornadas públicas pelo acordo de colaboração premiada celebrado por administradores e controladores da JBS S.A. com o Ministério Público Federal; e à possível inobservância dos deveres do acionista controlador e dos administradores da Eldorado Brasil Celulose S.A. em função de práticas tornadas públicas no âmbito da Operação Greenfield e posteriormente incluídas no acordo de colaboração premiada celebrado por administradores da Companhia com o Ministério Público Federal.
Até o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido o posicionamento das partes citadas.