Economia

Não serei um superministro, diz Guedes ao assumir Ministério da Economia

Segundo o ministro, a reforma da previdência será apresentada na volta da Legislatura do novo Congresso Nacional

Hamilton Ferrari
postado em 02/01/2019 17:25
O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a cerimônia de posse nesta quarta-feira (2/1)
O ministro da Economia, Paulo Guedes, em cerimônia de transferência de cargo, na tarde desta quarta-feira (2/1), disse que não será um ;superministro;, mas que promete tentar implementar uma ampla agenda liberal no país. Ele criticou o excesso de gastos adotados pelos últimos governos e defendeu que a reforma da Previdência será apresentada na volta da Legislatura do novo Congresso Nacional. O evento ocorreu no Instituto Serzedello Correa, em Brasília.

Guedes começou o discurso agradecendo a própria família e ao presidente Jair Bolsonaro, mas logo apontou que não será um superministro. ;Não existe alguém que vai consertar todos os problemas do Brasil;, enfatizou. A pasta de Economia vai juntar os ministérios da Fazenda, do Planejamento, do Comércio Exterior e Serviços, além de parte do Trabalho.

O ministro elogiou Bolsonaro. Segundo ele, o novo presidente tem tem ;imenso patriotismo, determinação, sinceridade e integridade;. Também ressaltou que ele têm comprometimento com as instituições democráticas e não oferece risco ao regime atual. ;A única coisa que houve foi uma mudança de eixo;, disse. Depois de 30 anos, ele ressalta que haverá um governo de centro direita. ;É esse o grupo que está com essa visão para os próximos anos;, garantiu.

De acordo com Guedes, a equipe técnica diagnosticou que o problema principal é simples: a expansão excessiva dos gastos públicos. ;O descontrole sobre a expansão dos gastos públicos é o mal maior. Esse descontrole nós já enfrentamos sobre diversas variantes (no passado);, explicou. ;É o mesmo fantasma que aparece em diversas variantes. Há expansão contínua de gastos públicos em relação ao PIB ininterruptas em quatro décadas;, apontou.

Guedes apontou que ;agora é a hora" que entra o grupo que ;acredita que o mecanismo de inclusão social são as economias de mercado;. ;O nosso diagnóstico tem que começar pelo controle de gastos. Não precisa cortar dramaticamente. É não deixar crescer no ritmo que cresciam. Teto sem parede e sustentação caem. Essas paredes são as reformas;, comentou sobre a Emenda Constitucional 95, que estabelece o teto dos gastos.

O ministro que assumiu o cargo ressaltou que o primeiro e maior desafio é a reforma da Previdência. ;A máquina do governo virou uma gigantesca transferência perversa de renda;, apontou. Ele disse que o Brasil ;reconstrói; uma Europa por ano com gastos. ;O Brasil gasta muito e gasta mal. Chegou a gastar 45% do PIB;, afirmou.

Segundo ele, a proposta de reforma está sendo construída e será apresentada quando a nova Legislatura assumir o Congresso. Guedes apontou que a imprensa terá uma tarefa fundamental para o esclarecimento das medidas à população.
;Não há nada de superministério. É só para todo mundo cantar na mesma música. E os Chigago Olds, conhecem essa canção;, disse Guedes, em alusão ao time econômico que montou com base na Escola de Chicago, que é o berço do liberalismo.
Guedes também disse que vai tentar implementar a agenda liberal, mas que "a coisa mais fácil é se livrar de alguém que não está habituado a Brasilia". "Dizem que é o pior emprego do mundo (ser ministro ligado à economia). Já tenho uma certa prática de fazer esse tipo de sacrifício", apontou.

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