Gabriel Ponte*
postado em 07/01/2019 18:56
No primeiro pregão da semana, o Ibovespa, índice oficial da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), perdeu força com os investidores adotando o tom de cautela em meio à reunião entre autoridades norte-americanas e chinesas, que pode destravar o imbróglio econômico envolvendo as relações comerciais das duas maiores economias mundiais. Com isso, o índice, que chegou a alcançar os 92.552 pontos, encerrou esta segunda-feira (7/1) aos 91.458 pontos, com depreciação de 0,42%.
Para Raphael Figueredo, sócio-analista da Eleven Financial Research, o dia foi de realizações, após o entusiasmo da semana anterior. "Tivemos um porre de euforia nos últimos dias, com bolsa subindo 4%, uma reação completamente descolada de outros países. Passado isso, o que acontece hoje é um pouco de racionalidade do investidor, convergindo para os fatos", detalhou. Ele explica que pesou também a fraca agenda econômica do dia, "a qual deve vir mais forte a partir de amanhã".
Entre os ativos negociados, destaque positivo para as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras, que tiveram, respectivamente, alta de 3,24% e 1,42%, acompanhando o bom humor global com a recuperação da commoditie no mercado internacional, além da especulação, no fim do dia, de que a empresa poderia receber R$ 52 bilhões da União pela cessão onerosa, impulsionando os ganhos da estatal.
O valor, não confirmado oficialmente, teria sido informado pela equipe do ex-presidente Michel Temer à gestão de Bolsonaro. A Secretaria Especial da Fazenda negou a informação de que a estatal receberia tal valor diante da revisão da cessão onerosa e disse tratar-se de um valor que constava em um documento apresentado à equipe de transição o qual possuía várias simulações, em termos de valores, para a questão.
O comportamento de investidores também esteve atrelado ao noticiário local, em meio à posse dos novos presidentes do Banco do Brasil (BB), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal (CEF), em evento com a presença do presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da economia, Paulo Guedes. Expectativas acerca do novo projeto da reforma da previdência, que deve ser especificado por Guedes a Bolsonaro nesta semana, é aguardado pelo mercado.
Já no cenário internacional, a repercussão da fala, na sexta-feira (4/1) de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), de que a autoridade monetária seria ;paciente; com a condução do aumento de juros básicos, em um cenário acompanhado das perspectivas inflacionárias do país continua a agradar o mercado financeiro.
Outro destaque dos negócios foi o aumento do dólar, após cinco recuos consecutivos da moeda, frente ao real, em um claro movimento de realização. A divisa estrangeira fechou o dia cotada a R$ 3,734 a venda, aumento de 0,48% em relação ao último pregão. Na semana passada, para efeitos de comparação, a moeda norte-americana teve desvalorização de 4,15% ante o real.
* Estagiário sob supervisão de Anderson Costolli