Economia

Caixa deverá oferecer cartões consignados, diz novo presidente do banco

O objetivo é chegar a 20 milhões de cartões desse tipo nos próximos quatro anos.

Alessandra Azevedo
postado em 07/01/2019 21:56
foto do novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães
A Caixa Econômica Federal deve passar a oferecer cartões consignados, afirmou o novo presidente da instituição, Pedro Guimarães, durante discurso na cerimônia de transmissão de cargo, nesta segunda-feira (7/1), em Brasília. O objetivo é chegar a 20 milhões de cartões desse tipo nos próximos quatro anos.

Guimarães classificou como "inaceitável" o fato de a empresa ainda não oferecer cartões consignados (com pagamento descontado diretamente da conta) aos clientes. Para ele, "não tem desculpa" para existir bancos médios com 6 milhões de cartões consignados e a Caixa, com 96 milhões de cartões de débito, não oferecer o serviço.

A entrada nesse segmento é uma das metas definidas por ele para a gestão à frente do banco. "Se eu não atingir (a meta), eu falhei. Mas vou cobrar muito de quem estiver nisso", prometeu.

Em geral, como o valor da fatura é descontado da conta do cliente de forma automática e, portanto, o banco tem mais confiança no pagamento, a taxa de juros costuma ser menor no consignado do que em outros cartões.

Privatização


No discurso, Guimarães negou novamente a possibilidade de privatização da Caixa. O que vai acontecer é a abertura do capital das subsidiárias (de seguridade, de cartões, operações de loterias e gestão de fundos). "Vamos utilizar esse dinheiro para pagar o Tesouro, em 4 anos, com calma, com tranqüilidade", explicou, em referência à dívida de R$ 40 bilhões que a Caixa tem com a União.

Ele acredita que as operações vão atrair "dezenas de milhares de brasileiros" e "vão mudar o mercado de capitais no Brasil". Lembrou que, hoje, só 700 mil pessoas tem ações. A média mundial é de 25%. "Se a gente tivesse isso, seria mais de 52 milhões de pessoas. A gente deveria, em quatro anos, aumentar de 700 mil para 5 milhões", projetou.

Guimarães adiantou ainda que haverá uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, entre o fim de março e o início da abril, para definir as diretrizes para os próximos dois anos.

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