Agência Estado
postado em 09/01/2019 09:30
O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em St. Louis, James Bullard, continua otimista em relação à economia dos EUA, mas teme que o país possa entrar em recessão se a instituição seguir adiante com sua campanha de aumentos das taxas de juros.
"A taxa de juros (principal) está num bom nível hoje" e não há nenhuma urgência de elevá-la mais, disse Bullard, em entrevista ao The Wall Street Journal, acrescentando que inclusive estaria aberto a cortes de juros se a economia ou inflação desacelerassem mais do que o esperado.
Bullard, que terá direito a voto nas reuniões de política monetária do Fed este ano, vem há tempos se opondo à estratégia do BC americano de aumentar juros. Para ele, na ausência de uma ameaça inflacionária concreta, não há motivo para levar a política para níveis mais restritivos. Sua oposição a elevações de juros contrasta com a posição de outras autoridades do Fed.
O Fed elevou juros quatro vezes ao longo de 2018, a última vez em dezembro. Na reunião do mês passado, a instituição indicou que deverá haver mais dois aumentos este ano, visto que a previsão é que a economia dos EUA cresça de forma mais moderada. A taxa do Fed funds está atualmente na faixa de 2,25% a 2,5%.
Ainda na entrevista, Bullard alertou que os mercados financeiros continuam a ter uma visão negativa da implicação de aumentos de juros, algo que merece a atenção do Fed. Os níveis dos rendimentos dos Treasuries estão "sinalizando que pode haver algum risco de recessão adiante" se os juros subirem mais.
Segundo Bullard, a estabilidade dos juros ajudaria a manter a inflação perto da meta do Fed, que é de 2%, e a instituição está começando a se acostumar com a ideia de adiar aumentos das taxas. Os juros já estão no "lugar certo" e novas altas "não são recomendadas", disse ele.
Pelas projeções de Bullard, o Produto Interno Bruto (PIB) americano deverá crescer em torno de 2,25% a 2,5% em 2019 e a taxa de desemprego deve se manter em torno do nível atual, de 3,9%. Fonte: Dow Jones Newswires.