Economia

Joice diz que governo conta com 320 votos favoráveis à Previdência

Após encontro com presidente Jair Bolsonaro, parlamentar do PSL destaca que a prioridade do governo, nos primeiros seis meses, será a agenda econômica. "Sem aprovar a Previdência, o Brasil quebra", afirma

Gabriela Vinhal, Rosana Hessel
postado em 09/01/2019 18:20
Após encontro com presidente Jair Bolsonaro, parlamentar do PSL destaca que a prioridade do governo, nos primeiros seis meses, será a agenda econômica.
A deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) levantou a bandeira da reforma da Previdência após o encontro com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (09/01). Segundo ela, a conversa durou mais de uma hora. ;Rimos bastante, relembramos época da campanha e falamos da agenda econômica que é a grande preocupação de fato de governo e da base aliada, que está na fase do fechamento de construção, e conseguir aprovar a reforma da Previdência sem fôlego. É chegar, e aprovar;, afirmou. Ela contou que o texto inda não foi concluído, mas o apoio para a proposta tem cerca de 320 parlamentares.

;O Onyx (Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil) está fazendo isso (a contagem dos votos), mas, hoje, temos fechados conosco, 320 parlamentares;, garantiu. Para ser aprovada em dois turnos na Câmara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), como a da Previdência, precisa de, no mínimo, 345 votos. A tramitação da proposta do novo governo ainda não está definida pelo presidente, segundo Joice, mas ela demonstrou preocupação com o avanço da agenda econômica e reafirmou que a prioridade é a reforma do sistema de aposentadorias com o objetivo de equilibrar as contas da União e também dos estados.

;Os primeiros seis meses do governo serão de agenda econômica. A gente tem quatro anos para fazer o ajeitamento que o país precisa;, disse Joice, depois de deixar o gabinete de Bolsonaro. Ela contou que amanhã, retorna ao Planalto, às 11h, com o governador de São Paulo, João Dória Jr. (PSDB), para conversar com o presidente. ;O tema do encontro será reforma da Previdência e agenda econômica. Os governadores estão alinhados e estão trabalhando para a aprovação da reforma por uma questão simples. Sem ela não for aprovada, o Brasil quebra;, disse.

Proposta

De acordo com Joice, o presidente sinalizou tratamento diferenciado na reforma entre civis e militares na proposta da reforma da Previdência. Ela ainda defendeu o combate às fraudes como medida para reduzir as despesas indevidas no sistema. ;O regime de trabalho dos militares é muito diferente dos civis, não dá pra comparar coisas tão diferentes e está a disposição 24 horas por dia é natural que as forças policiais tenham um regime diferente daquele que está na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Não vejo problema nenhum em ter a diferencial, e um dos focos é de fato entrar pesado no combate às fraudes;, disse ela, citando dados que o secretário especial de Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, levou mais cedo ao Planalto, de que até um terço do que custa a Previdência pode chegar a esse valor por conta das fraudes. ;É uma estimativa que está sendo feita ainda. Vai ter um longo trabalho pela Medida Provisória (que deverá ser publicada na semana que vem);, disse. Ela disse que viu o texto da MP e achou bem coerente e defendeu o fim do auxílio reclusão. ;É para a família do preso, não para o preso, mas a sociedade de bem que tá de fora?;, questionou.

A parlamentar afirmou que a proposta da reforma da Previdência "cuidará daqueles que recebem menos". ;Vamos fazer o contrário, o mais pobre vai ser preservado. Os militares têm um regime de trabalho diferenciado. O texto ainda está em construção. Não esse sabe se militares ficarão de fora. A reforma é humana, ele não quer pressionar o mais pobre, e está tendo cuidado com essa população. O regime de capitalização será aplicado para os novos que vão entrar ainda para a Previdência, não vai ser para os que ainda estão. Terá um modelo misto;, declarou. Ela contou que já está trabalhando nisso com outros parlamentares da base para que haja o convencimento da base dos que estão em cima do muro.

;Como a reforma será apresentada com um texto solidário, vamos conseguir o apoio dos que não estão fechados na base;, destacou Joice. ;Não tem imposição aqui, vamos convencer bancada por bancada. Eu to a disposição do partido e do governo. Entrei por um convite pessoal dele e sou leal até o fim. Duas coisas que não faço: não traio, nem falcatrua;, completou.

Eleição na Câmara

A deputada eleita reforçou que o partido ;está fechado; para a reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). ;Ninguém vai entrar no barco perdedor. O presidente Rodrigo Maia é comprometido com a agenda econômica do novo governo. E tendo esse comprometimento, isso nos dá segurança para seguirmos com o presidente;, afirmou.

Joice contou que se inscrevem em várias comissões da Câmara dos Deputados e pretende ser membro de várias comissões, inclusive, a de Educação e declarou ser contra o regime de cotas. ;Me inscrevi nas principais comissões como suplente;, afirmou ela, elogiando a colega de partido, a deputada federal eleita Bia Kicis (PSL-DF) para a presidência da Comissão de Comissão e Justiça (CCJ) na próxima Legislatura. ;É um nome excepcional. Agora é uma questão partidária;, disse ela, acrescentando ter lançado o nome de Bia para a CCJ.

Mourão

Ao ser questionada sobre a promoção do filho do vice-presidente, Hamilton Mourão, no Banco do Brasil, ela defendeu o perfil técnico de Antonio Mourão. ;Ele (Antonio) ficou 18 anos com o mesmo salário em governos que não gostam muito da área técnica. Eles pesam na minha balança, será que ele não era perseguido antes? A mensagem tem que ser cobrado pelo vice, mas foi o presidente do BB que o nomeou. O presidente não pode se responsabilizar por isso;, defendeu. ;O filho é qualificado;, completou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação