Novos indicadores de desaceleração econômica na Europa foram registrados nesta sexta-feira (11/1) e levaram os principais mercados acionários do continente a enfrentarem um novo dia de perdas, embora longe das mínimas do dia. Nesse cenário, o índice pan-europeu Stoxx 600 saiu do negativo no fim do pregão e fechou em alta de 0,09%, aos 349,20 pontos, com valorização de 1,69% na semana.
Um dia depois da indústria francesa decepcionar os agentes e mostrar queda entre outubro e novembro, foi a vez da Itália emitir sinais de alerta. De acordo com o instituto Insee, a produção industrial do país caiu 1,6% em novembro na comparação com o mês anterior, enquanto a leitura de outubro foi revisada de alta de 0,1% para queda de 0,1%.
"A queda foi maior do que prevíamos. Fatores pontuais desempenharam um papel importante, como as condições meteorológicas desfavoráveis e o início das férias. Assim, esperamos por uma recuperação parcial em dezembro", disse o economista sênior do Intesa Sanpaolo, Paolo Mameli.
No entanto, ele alertou que o risco de uma recessão técnica parece alto. "Além disso, no momento, não há sinais de reaceleração na atividade econômica, o que significa que 2019 deve começar com uma nota baixa também", afirmou Mameli.
No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália apresentou contração de 0,1% em relação aos três meses imediatamente anteriores, e, agora, o Intesa Sanpaolo também projeta recuo de 0,1% no PIB italiano do quarto trimestre. Em Milão, o índice FTSE-MIB fechou em queda de 0,06%, com alta semanal de 2,43%, cotado a 19.290,09 pontos.
Com Itália e Alemanha podendo enfrentar recessão técnica no quarto trimestre e a França sofrendo uma forte desaceleração econômica devido, em parte, à intensidade dos protestos dos coletes amarelos, o presidente do Banco Central da Eslováquia e membro do conselho diretivo do BCE, Jozef Makuch, expressou preocupações quanto à atividade econômica na zona do euro. Apesar da extinção do programa de compra de ativos do BCE, o dirigente reafirmou que "todas as medidas de apoio à economia ainda permanecem implantáveis".
Em relação aos indicadores abaixo do esperado, Makuch concordou que alguns dados estão "tendendo para baixo" e ressaltou que a ata da reunião de política monetária do BCE de dezembro revela que o banco continua com todos os instrumentos sobre a mesa.
Mesmo assim, o movimento de vendas falou mais alto. O índice CAC 40, da Bolsa de Paris, voltou a liderar o sentimento baixista e enfrentou queda de 0,51%, ao chegar ao fim do dia com 4.781,34 pontos. Na semana, porém, houve ganho de 0,93%. Já na Bolsa de Frankfurt, o DAX apresentou recuo de 0,31%, aos 10.887,46 pontos, mas mostrou alta semanal de 1,11%.
Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em queda de 0,36%, para 6.918,18 pontos, com ganho semanal de 1,18%. Já em Madri, o Ibex 35 subiu 0,23%, para 8.877,10 pontos, e apresentou alta de 1,59% na semana, enquanto o PSI 20, em Lisboa, mostrou avanço de 0,71%, para 4.958,61 pontos, com valorização de 1,61% na semana.