Jornal Correio Braziliense

Economia

Juros têm oscilações contidas em dia de IPCA dentro do esperado

O índice fechou o ano com alta de 3,75%, resultado superior ao do ano anterior (3,0%), mas abaixo do centro da meta (4,5%)

A sexta-feira (11/1) foi de oscilações contidas e liquidez reduzida no mercado futuro de juros, que teve como principal evento a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro. A taxa dentro do esperado reforçou a percepção de inflação ancorada e favoreceu leve ajuste para baixo nos vencimentos mais curtos, dada a expectativa de manutenção da taxa Selic por mais tempo. Já os vencimentos intermediários e longos oscilaram entre a estabilidade e leves altas, em dia de dólar levemente pressionado para cima.

Ao final da sessão estendida, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2020 ficou com taxa de 6,62%, ante 6,65% do ajuste de quinta. O vencimento para janeiro de 2021 projetou 7,44%, ante 7,46%. O DI para janeiro de 2023 ficou estável, com taxa de 8,48%. Já o de janeiro de 2025 projetou 8,97%, ante 8,94%.

O IPCA de dezembro apontou alta de 0,15%, acima da mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast (0,12%). O índice fechou o ano com alta de 3,75%, resultado superior ao do ano anterior (3,0%), mas abaixo do centro da meta (4,5%). Com a taxa dentro do esperado, houve pouco espaço para arbitragem, dada a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) tende a manter a taxa Selic nos atuais 6,5% pelos próximos meses. Com isso, a liquidez se estreitou.

"Estamos em um momento de transição para a próxima gestão do Banco Central. Enquanto isso não acontece, não haverá muita mudança. Com a inflação bem ancorada, a tendência é a manutenção da taxa estimulativa, a não ser que haja mudanças no cenário internacional", disse Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores.

Para o profissional, o atual contexto interno, somado à menor expectativa de aperto monetário mais forte nos Estados Unidos, deve manter os pontos intermediário e longo da curva mais contidos. "O otimismo do mercado continua, mas ainda é apenas uma perspectiva, concentrada principalmente no investidor doméstico. Preocupa o estrangeiro o lado fiscal, que ainda não foi equacionado e depende muito do Congresso. O mercado está em ;stand by;", afirmou.