Economia

Mercado financeiro fecha dia com investidores priorizando a cautela

Com decreto que flexibiliza a posse de armas no Brasil, impactaram as ações da Taurus Armas, fabricante brasileira de armas

Gabriel Ponte*
postado em 15/01/2019 18:57
Com decreto que flexibiliza a posse de armas no Brasil,  impactaram as ações da Taurus Armas, fabricante brasileira de armas
Em um dia de noticiário político agitado, os investidores prezaram pela cautela, ao optar por uma realização natural dos lucros diante das recentes marcas de fechamento alcançadas pelo Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Na sessão de negócios desta terça-feira (15/01), o índice teve recuo de 0,44%, alcançando os 94.055 pontos.

Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que flexibiliza a posse de arma no país, impactando diretamente nos papéis da Taurus Armas, ex-Forjas Taurus. Na conjuntura internacional, Thereza May, primeira-ministra do Reino Unido, sofreu nova derrota para o parlamento britânico em votação do Brexit.

Na sessão de ontem, a empresa fabricante de armamento teve, no início da manhã, fortes ganhos. Os papéis chegaram a avançar 11% diante da forte especulação do investidor em torno da assinatura do decreto. Ao longo da tarde, porém, com a notícia da flexibilização, as ações da empresa viraram para forte queda. Os donos do dinheiro optaram por uma onda de realização de lucros. No ano passado, a Taurus acumulou valorização de 180,8%, tornando-se um dos principais papéis negociados na B3, com a previsão de flexibilização da posse de armas no país diante da vitória de Bolsonaro.

Ainda nesta terça o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que Bolsonaro só baterá o martelo em torno do efetivo texto acerca da reforma da Previdência após o seu retorno do Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, Suíça, entre os dias 22 e 25 deste mês. O projeto oficial da reforma, traçado por Paulo Guedes e sua equipe econômica, é aguardado por investidores locais e internacionais. As expectativas são altas em torno da aprovação da reforma fiscal, possibilitando à B3 registrar, quase que diariamente, novos recordes.

Já o dólar encerrou o dia negociado a R$ 3,728 a venda, alta de 0,73%. De acordo com Reginaldo Galhardo, gerente de Câmbio da Treviso Corretora, o comportamento da divisa na sessão esteve atrelado ao cenário internacional. "Ontem, o mercado ficou voltado para o externo. Infelizmente, a expectativa em torno da votação do Brexit impactou no dia, afetando o desempenho da moeda norte-americana diante de outras divisas", explicou.

Segundo Galhardo, é dúvida entre os investidores se, com o Brexit, a Inglaterra vai, de uma forma ou outra, achar que ainda continua como membro da União Europeia (UE), ;já que os ingleses viram que se desgastaram muito com a negociação de saída;, impactando no preço da moeda norte-americana. Ainda ontem, o governo chinês anunciou que irá implementar, na economia asiática, sinais de estímulos, como forma de compensar a desaceleração observada nos setores comercial e industrial no mês de dezembro, diante do conflito comercial envolvendo o governo de Xi Jinping e o de Donald Trump. De acordo com a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o país buscará ;um bom início; de primeiro trimestre.
* Estagiário sob supervisão de Roberto Fonseca

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