Economia

Ministério da Economia e Casa Civil aparam arestas sobre Previdência

De acordo com ministro Onyx Lorenzoni, presidente só baterá o martelo quando retornar de Davos, na Suíça. Contudo, garantiu que o novo sistema, de capitalização, servirá para os próximos 20 a 30 anos

Rosana Hessel
postado em 15/01/2019 20:38
Onyx Lorenzoni e Paulo Guedes
Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, voltaram a se reunir nesta terça-feira (15/1) para ajustarem os ponteiros sobre a reforma da Previdência e a Medida Provisória (MP) das fraudes nos benefícios previdenciários, que deviam ser apresentadas nesta semana. Contudo, segundo Lorenzoni, o martelo só deverá ser batido depois que o presidente Jair Bolsonaro voltar de Davos, na Suíça, onde ele participará do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).

Após o encontro com Guedes, o chefe da Casa Civil contou que os técnicos da equipe econômica precisam preparar as alternativas para a proposta da Previdência até domingo. ;A gente pretende apresentar uma reforma da Previdência que sirva para os próximos 20 a 30 anos, aí não se fala mais nesse assunto;, garantiu Lorenzoni, sem dar maiores detalhes. ;Vocês vão ter que ter paciência para que as equipes técnicas concluam a proposta, porque o que a gente pretende apresentar até domingo para que o presidente possa conhecer todas as alternativas que nós temos;, disse ele, acrescentando que o período de reflexão do presidente ocorrerá durante viagem de ida e de volta de Davos. Lorenzoni negou que há divergências na equipe. Segundo o ministro, "existe absoluto consenso". No entanto, ele evitou falar sobre a inclusão dos militares ou falar sobre o prazo de transição ou sobre a idade mínima, temas considerados polêmicos na reforma.

;Nós estamos construindo as propostas. Assim como fizemos o decreto das armas e apresentamos ponto a ponto, com todas as informações, vamos fazer quando for a hora da reforma da Previdência. Agora é hora de estudar, de buscar alternativas, de olhar a experiência internacional;, afirmou o ministro, garantindo que o futuro sistema será de capitalização. ;O ministro Paulo Guedes já falou inúmeras vezes;, emendou.

O evento em Davos, nos Alpes suíços, ocorre entre os dias entre os dias 22 e 25 de janeiro e Guedes acompanhará Bolsonaro na viagem e a ideia é que o sinal verde seja dado antes da cirurgia do presidente. Ele ficará na Suíça entre os dias 21 e 24. Além de Paulo Guedes, acompanharão o presidente na viagem os ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública.

;As equipes estão alinhando aquilo que o ministro Paulo Guedes sempre defendeu que é da gente fazer o remendo no atual sistema, a recuperação do atual sistema, e poder oferecer para as novas gerações o novo caminho (que é o sistema de capitalização). Estamos com esses dois pilares bem construídos. Eles estão dando agora os toques finais nesse processo para que até domingo a gente possa apresentar ao presidente para que ele use esse período da viagem a Davos para ler, se aprofundar;, afirmou Lorenzoni.

O titular da Casa Civil informou ainda que a MP das Fraudes também poderá ser assinada por Bolsonaro depois da viagem à Suíça. ;Essa MP está sendo trabalhada e tem um processo de validação de vários ministérios. Estamos trabalhando com a perspectiva, que ainda não está confirmada, de que a MP poderá ser apresentada antes da viagem, mas não será surpresa que ela será assinada na volta;, afirmou Lorenzoni.

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