Economia

Avianca vai encerrar voos internacionais do Brasil em 31 de março

Em recuperação judicial e com aviões em disputa na Justiça, a companhia terá que devolver aeronaves que fazem voos de longa distância. Medida pode afetar 40 mil passageiros

Simone Kafruni
postado em 17/01/2019 13:16
Avianca
A companhia aérea Avianca, que está em recuperação judicial desde dezembro, anunciou que vai encerrar as operações das rotas do Brasil, partindo de Guarulhos (SP) para Santiago do Chile, Nova York e Miami (EUA) em 31 de março.

A justificativa é que a empresa terá que devolver duas aeronaves que fazem voos internacionais às empresas de arrendamento. A estimativa inicial é de que 40 mil passageiros sejam impactados pela medida.

Em nota, a companhia afirmou que o fim dos três voos internacionais ocorre para ;adequar sua operação à atual demanda de passageiros;. Agora, restam apenas duas rotas para o exterior operadas pela empresa: Fortaleza;Bogotá e Salvador;Bogotá.

A empresa informou que ;entrará em contato com os passageiros que já compraram passagem para os destinos suspensos;. ;A empresa reforça que todos os demais 26 destinos estão preservados e que continua operando normalmente, com mais de 240 voos diários;.

Desde o segundo semestre do ano passado, a empresa enfrenta problemas para honrar seus compromissos por conta de dívidas de quase R$ 500 milhões. Como atrasou pagamento de contratos, os donos das aeronaves entraram na Justiça para retomar os aviões e conseguiram decisões favoráveis.
A Avianca Brasil é a quarta maior do mercado nacional, com uma participação de quase 14%. No entanto, a empresa afirmou ter sofrido com a crise econômica e com o aumento do preço do combustível, um de seus principais custos. Segundo a companhia, o combustível foi afetado pelo câmbio e pela greve dos caminhoneiros.

No início da semana, a empresa conseguiu mais duas semanas para apresentar um plano de pagamento de dívidas atrasadas às empresas donas de aeronaves arrendadas. A aérea se comprometeu a realizar os pagamentos que vencerão a partir do próximo mês sem atrasos. Caso contrário, a Justiça poderá pedir a reintegração de posse dos aviões.

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