Agência Estado
postado em 18/01/2019 10:13
Após uma leve baixa à mínima de R$ 3,7472 (-0,03%) em meio aos ajustes iniciais na esteira do ganho acumulado de 1,28% nas últimas três sessões, o dólar ante o real retomou o sinal de alta e atingiu máxima em R$ 3,7577 (+0,23%) no início dos negócios desta sexta-feira, 18.
A inversão do dólar para cima decorreu de um alinhamento à alta da divisa americana frente outras moedas de países emergentes e ligados a commodities no exterior. Depois, o dólar voltou a perder força e rondava a estabilidade.
Pesa nos ajustes cambiais a desvalorização de grande parte das moedas emergentes no exterior em meio a perspectivas de menor crescimento da China. O Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) do país asiático revisou para baixo o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2017, de 6,9% para 6,8%. A revisão garante uma base de comparação mais favorável para o resultado do PIB chinês em 2018, que o NBS irá divulgar na segunda-feira (21).
Além disso, o apetite por ativos de risco predomina no mercado internacional ainda influenciado por sinais de que Estados Unidos e China podem avançar em suas negociações comerciais. Nesta quinta-feira, 18, o Wall Street Journal noticiou que Washington considera suspender parte ou todas as tarifas impostas a importações chinesas para tentar obter mais concessões de Pequim. A proposta de alívio nas tarifas teria partido do Secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.
No mercado doméstico, onde as expectativas se concentram no andamento da reforma da Previdência, investidores repercutem a informação de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não dará detalhes da reforma da Previdência durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na próxima semana. Guedes apenas apresentará a importância da reforma, ao contrário do que foi noticiado na tarde de quinta.
O mercado também olha a repercussão negativa da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux de suspender o procedimento da investigação que apura movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), e de outros assessores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
O pedido foi feito pelo senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), alegando que vai ganhar foro perante o STF, já que assumirá em fevereiro o mandato de senador. O pedido de Flávio gera desgaste ao novo governo e caiu como uma bomba ontem em Brasília.
Em dezembro, Flávio havia dito que "não tinha nada a esconder". E em vídeo de 2017, Jair Bolsonaro atacou o foro privilegiado. "Quem precisa de foro privilegiado?", é o nome do vídeo publicado na conta do YouTube de Eduardo Bolsonaro em março de 2017. "Eu não quero essa porcaria de privilégio", diz o atual presidente que na época era deputado federal.
No radar também segue a onda de decretos de calamidade financeira deflagrada por novos governadores que tomaram posse neste ano e acende a luz vermelha para o ajuste fiscal. Ao todo são seis Estados nessa situação, contando com Roraima, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso.
Às 9h27 desta sexta, o dólar à vista subia 0,15%, a R$ 3,7542. O dólar futuro de fevereiro estava em alta de 0,07% neste mesmo horário, a R$ 3,7540.