Economia

Arábia Saudita adota retaliação contra Brasil por conta de embaixada

Retaliação ao governo ocorre por conta da polêmica sobre a troca da embaixada em Israel. A nação saudita é um dos principais mercados de proteína animal do Brasil

Hamilton Ferrari
postado em 22/01/2019 17:50
Amr Moussa é secretário-geral da Liga Árabe
Amr Moussa, secretário-geral da Liga Árabe ; organização que engloba 22 países ; afirmou que a decisão da Arábia Saudita em descredenciar cinco frigoríficos brasileiros que exportam para o país decorre de uma retaliação ao governo por conta da polêmica sobre a troca da embaixada em Israel. A nação é um dos principais mercados de proteína animal do Brasil.

A decisão do país foi anunciada nesta terça-feira (22/1) e repercutiu entre as associações do Brasil como uma medida ;técnica; para ajustamentos. Moussa disse, porém, que o ;mundo árabe está enfurecido; com o governo de Jair Bolsonaro.

;Essa é uma expressão de protesto contra uma decisão errada por parte do Brasil. Muitos de nós não entendemos o motivo pelo qual o novo presidente do Brasil trata o mundo árabe desta forma;, disse o secretário-geral da Liga Árabe.

A entidade já havia alertado ao governo brasileiro que ;respeite o direito internacional; e que mudasse de ideia ao tentar alterar a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. O movimento significaria o reconhecimento de Jerusalém como capital do país.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou, em nota, que planos de ação corretiva estão em implementação para a retomada das autorizações. ;A ABPA está em contato com o Governo Brasileiro para que, em tratativa com o Reino da Arábia Saudita, sejam solvidos os eventuais questionamentos e incluídas as demais plantas;, comunicou.

Mercado abalado


A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou, em entrevista publicada na última quinta-feira (17/1) pelo Correio, que havia uma preocupação dos árabes com as políticas adotadas pelo atual governo, mas que estava confiante de que tudo poderia dar certo nas negociações. Na época, reforçou que é preciso abrir novos mercados, mas também não esquecer dos já existentes.

;Nós temos dois desafios. Um é a manutenção dos mercados existentes. Não podemos perder o que já conquistamos. Isso é uma das ações em que estamos trabalhando. A outra é a abertura de novas frentes;, ressaltou a ministra. ;Conversamos com autoridades dos Emirados Árabes. Eles importam 90% do alimento que consomem. O Brasil sempre vai ser um parceiro muito importante para quem precisa de alimentos. Houve uma preocupação, nenhum boicote. Os países árabes são grandes importadores de aves. Nós estamos sentando e conversando, mas acredito que tudo vai caminhar bem;, completou.

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