Economia

Depois do rompimento da barragem, ações da Vale despencam na bolsa

Os ativos da mineradora sofreram forte queda nesta sexta-feira (25/1) na Bolsa de Nova York (NYSE). Bolsa no Brasil está fechada por causa do aniversário de São Paulo

Gabriel Ponte*
postado em 25/01/2019 15:01
Os ativos da mineradora sofreram forte queda nesta sexta-feira (25/1) na Bolsa de Nova York (NYSE). Bolsa no Brasil está fechada por causa do aniversário de São Paulo
localizada na região de Mario Campos e Córrego do Feijão, nesta sexta-feira (25/01), as ADRs (American Depositary Receipts), ou seja, os papéis da companhia negociados na Bolsa de Nova York (NYSE) reverteram a tendência de alta, apresentada no início da manhã, para queda, neste início de tarde. Às 14h45, os ativos da Vale sofriam forte recuo de 9,05%, sendo negociados a US$ 13,51.

Até a primeira hora de abertura do pregão norte-americano, os ativos subiam cerca de 3%. No entanto, com as primeiras notícias de que a barragem, localizada na mina do Feijão, se rompeu, os ativos apresentaram forte recuo, em um dia no qual a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) está fechada, por causa do aniversário da cidade de São Paulo.

Na visão do assessor de investimentos da Miura Investimento, Carlos Henrique Oliveira, a reação de "fuga" dos investidores é típica do mercado financeiro. "O mercado da Vale é mundial, não é somente brasileiro que dá preço. Por falta de informações precisas acerca do ocorrido, essa forte queda gera pânico. No momento, é impossível prever o impacto do estrago. O que ocorre é que o mercado está se antecipando, uma tendência natural. Não sabemos, por exemplo, se os acidentes causados pelo rompimento dessa barragem serão maiores que os de Mariana, em 2015", disse.

De acordo com ele, é possível que, com a notícia negativa, a rentabilidade dos papéis da companhia sejam atrasados em até um ano. "Além disso, metade do volume de ADRs lá fora, em termos de investimento, é composto por brasileiros. Ou seja, a primeira reação, que é natural, é de sair correndo. Existe uma máxima no mercado que é a seguinte: ;o menor prejuízo é aquele que você se livra o mais rápido possível;. Ou seja, se estivesse caindo 4%, 8%, 20%, a reação é natural, é um movimento defensivo de fuga", completou.

Na sessão de negócios de ontem (24/01), os ativos ordinários da Vale encerraram em alta de 0,90%, sendo negociados a R$ 56,15. De acordo com a companhia, os rejeitos atingiram, inicialmente, a área administrativa da empresa, além de parte da Vila Feterco, comunidade localizada próxima ao acidente.

De acordo com a companhia, os rejeitos atingiram, inicialmente, a área administrativa da estatal, além de parte da Vila Feterco, comunidade localizada próxima ao incidente.

Confira a nota divulgada pela Vale:


"A Vale informa que ocorreu, no início da tarde de hoje, o rompimento de uma barragem na Mina Feijão, em Brumadinho (MG). As primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há confirmação se há feridos no local. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens.
A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade.
A companhia vai continuar fornecendo informações assim que confirmadas."


* Estagiário sob a supervisão de Roberto Fonseca

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