Economia

Rombo das contas públicas em 2018 soma R$ 120,3 bilhões

Resultado ficou abaixo da meta fiscal e das previsões de mercado, graças ao saque de R$ 4 bilhões do Fundo Soberano, caso contrário, teria sido igual ao de 2017, o que não mostrou melhoria

Rosana Hessel
postado em 29/01/2019 15:06
Resultado ficou abaixo da meta fiscal e das previsões de mercado, graças ao saque de R$ 4 bilhões do Fundo Soberano, caso contrário, teria sido igual ao de 2017, o que não mostrou melhoria
A União continua gastando mais do que arrecada e a contas do governo central fecharam 2018 no vermelho em R$ 120,3 bilhões, o equivalente a 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) após mais computar um deficit de R$ 31,8 bilhões em dezembro, conforme dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira (29/01). Foi o pior resultado desde 2014, segundo a série histórica do órgão, mas teria sido igual ao de 2017 se não fosse o resgate de R$ 4 bilhões do Fundo Soberano, que abateu do saldo final. Portanto, não é possível afirmar que o resultado fiscal de 2018 melhorou em relação ao do ano anterior, em termos nominais.

O governo central engloba Tesouro, Previdência Social e Banco Central, e o resultado do ano passado ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado, que era de um deficit primário de R$ 126,1 bilhões. Em 2017, o saldo negativo foi de R$ 124,3 bilhões.

A receita líquida cresceu 2,6% em 2018, em termos reais (descontada a inflação), somando R$ 1,227 trilhão, mas não foi suficiente para cobrir as despesas que cresceram 2% na mesma base de comparação, totalizando R$ 1,351 trilhão. Isso resultou em um saldo negativo de R$ 124,3 bilhões.

A meta fiscal prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) permitia um rombo de até R$ 159 bilhões. O resultado, apesar de ser melhor do que a meta não é motivo de comemoração, pois é o quinto ano consecutivo de deficit das contas governamentais.

O resultado do Tesouro no ano ficou positivo em R$ 78 bilhões, uma melhora de 24,9% na comparação com 2017 e não foi suficiente para cobrir o rombo de R$ 195,2 bilhões da Previdência, que registrou aumento real de 3,2% em relação ao ano anterior. O Banco Central teve saldo negativo de R$ 714 milhões.

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