Rosana Hessel
postado em 30/01/2019 15:08
O rombo das aposentadorias dos militares cresce em ritmo mais acelerado do que a dos servidores civis, conforme dado divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (30/01). Segundo o órgão, os valores do deficit dos benefícios dos militares inativos aumentaram 13,1% na comparação com 2017, para R$ 43,9 bilhões, enquanto os dos civis tiveram alta 3,5% no mesmo período, para R$ 46,4 bilhões. Os dados foram atualizados pelo Tesouro e corrigidos nesta tarde.
Ao todo, no ano passado, o deficit do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), referente às aposentadorias do setor público, somou R$ 95,1 bilhões, incluindo R$ 4,8 bilhões das aposentadorias dos servidores do Distrito Federal cobertos pelo Fundo Constitucional do DF. Neste ano, o valor desse Fundo que será repassado ao governo do DF é de R$ 16 bilhões, segundo dados do Tesouro. Esse dado cresceu 7,9% em relação ao rombo do RPPS em 2017, de R$ 88,1 bilhões, conforme dados atualizados nesta tarde. O dado anterior tinha sido de R$ 86,3 bilhões. O órgão enviou um novo quadro com dados até 2014. O anterior tinha dados até 2008.
Vale lembrar que, em relação ao deficit combinado de R$ 41 bilhões de 2008, o rombo do RPPS deu um salto de 131,9% em 10 anos. Já o deficit do Regime Geral de Previdência Social (RPPS), das aposentadorias do setor privado pagas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), somou R$ 195,2 bilhões em 2018, registrando um salto de 439% sobre o deficit de R$ 36,2 bilhões de 2008, computados pela Secretaria de Previdência Social. Contudo, o INSS abrange um universo de mais de 30 milhões de pessoas enquanto o RPPS tem apenas cerca de um milhão de beneficiários.
Veja o histórico dos déficits dos sistemas previdenciários levantados pelo Tesouro
Em R$ bilhões - Valores Correntes
Ano RPPSCivil Militares Inativos e pensionistas FCDF Total
2018 46,4 43,9 4,8 95,1
2017 44,8 38,8 4,5 88,1
2016 39,0 34,1 4,1 77,2
2015 36,6 32,5 3,4 72,5
2015 32,8 29,5 4,6 66,9
Obs.: Nos anos anteriores a 2018 não havia segregação entre FCDF e RPPS. Desse modo, a série histórica foi adaptada pela metodologia atual, excluindo o FCDF do RPPS Civil.