Economia

Déficit primário do setor público soma R$ 108,258 bi em 2018, revela BC

Rombo equivale a 1,57% do PIB

Agência Estado
postado em 31/01/2019 17:22

Mão pressiona caixa com símbolo do cifrão desenhado na frente

Pelo quinto ano consecutivo, o setor público brasileiro fechou suas contas com um rombo bilionário. Dados divulgados nesta quinta-feira (31/1), pelo Banco Central mostraram que, em 2018, o setor público consolidado - que reúne Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras - apresentou déficit primário de R$ 108,258 bilhões. O rombo equivale a 1,57% do Produto Interno Bruto (PIB).

O resultado, apesar de deficitário, é o melhor para um ano desde 2014, quando o setor público registrou déficit primário de R$ 32,536 bilhões. Em 2017, o rombo havia sido de R$ 110,583 bilhões.

O déficit do ano passado ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 141,000 bilhões a déficit de R$ 97,900 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 109,800 bilhões. A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo era de R$ 161,3 bilhões para 2018.

O resultado fiscal de 2018 foi composto por um déficit de R$ 116,167 bilhões (1,69% do PIB) do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 3,492 bilhões (0,05% do PIB) no ano. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 4,734 bilhões (0,07% do PIB), os municípios tiveram resultado negativo de R$ 1,242 bilhão (0,02% do PIB). As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 4,417 bilhões (0,06% do PIB).

Dezembro

As contas do setor público consolidado encerraram o mês de dezembro com um déficit primário de R$ 41,133 bilhões, informou o Banco Central. O resultado representa o maior para um mês de dezembro desde 2016, quando o setor público registrou déficit primário de R$ 70,737 bilhões.

O resultado de dezembro ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 50,600 bilhões a déficit de R$ 30,700 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 42,272 bilhões.

O resultado fiscal de dezembro foi composto por um déficit de R$ 32,755 bilhões do Governo Central. Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 9,381 bilhões no ano. Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 6,272 bilhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 3,109. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 1,003 bilhão.

Gasto com juros

O setor público consolidado teve gasto de R$ 379,184 bilhões com o pagamento de juros em 2018, o que equivale a 5,52% do PIB. O resultado representa o menor montante pago desde 2014 (R$ 311,380 bilhões).

O Governo Central teve no ano passado despesas na conta de juros de R$ 310,307 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 62,881 bilhões e as empresas estatais, de R$ 5,995 bilhões.

Em dezembro, as despesas com juros somaram R$ 26,909 bilhões. O Governo Central teve, no mês passado, despesas de R$ 21,689 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 4,779 bilhões e as empresas estatais, de R$ 440 milhões.

Déficit nominal

Com o déficit primário e os gastos com juros registrados no ano passado, o setor público consolidado apresentou um déficit nominal de R$ 487,442 bilhões em 2018, o que equivale a 7,09% do PIB. Este é o maior déficit nominal para um ano desde 2014, quando o rombo havia sido de R$ 343,916 bilhões.

No ano passado, o Governo Central registrou déficit nominal de R$ 426,474 (6,20% do PIB). Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 59,389 bilhões (0,86% do PIB), enquanto as empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 1,578 bilhão (0,02% do PIB).

Em dezembro, houve déficit nominal de R$ 68,042 bilhões. O Governo Central teve déficit nominal de R$ 54,444 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 14,161 bilhões no mês passado, enquanto as empresas estatais registraram superávit nominal de R$ 562 milhões.

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