Economia

Dólar sobe em linha com exterior em meio à certa cautela sobre Previdência

Agência Estado
postado em 04/02/2019 10:04
O dólar opera em alta no mercado doméstico, influenciado pela valorização generalizada da moeda americana no exterior. A moeda americana se ajusta após ter fechado na sexta-feira perto da estabilidade, a R$ 3,6580 (-0,03%), e de ter acumulado perdas de 2,78% na semana passada. Na sessão anterior, investidores operaram sob clima de cautela antes de se saber os nomes dos dirigentes do Congresso. Nesta segunda-feira, 4, mesmo após a eleição de presidentes da Câmara e Senado pró-reformas e ao governo Bolsonaro, o mercado de câmbio é comprador em meio à percepção de que poderá não ser tão fácil a votação e aprovação da reforma da Previdência no primeiro semestre, disse um operador de uma corretora. Além do dólar forte lá fora, o mercado está acreditando que mesmo que os dois políticos eleitos sejam favoráveis à reforma da Previdência, eles não vão ter vida fácil para aprová-la, avalia Jefferson Rugik, diretor superintendente da Correparti. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirma que é possível votar a Previdência até julho, como deseja o governo de Jair Bolsonaro. Mas para que isso ocorra, é preciso deixar em segundo plano a pauta de costumes, diz Maia. "É, até julho é (possível). Assim, tem que construir (a maioria)... eu não conheço ainda o ambiente do plenário", afirmou o presidente da Câmara, reeleito na sexta-feira para mais dois anos. Maia afirma que a pauta de costumes, que inclui o Escola Sem Partido e é o filão de boa parte dos novos deputados, cria um "ambiente de guerra no plenário, que pode prejudicar reformas. "Depois que superarmos a agenda econômica, vamos discutir o que fazer com essa agenda de costumes", argumentou. No Senado, onde Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito, analistas afirmam que essa vitória pode ter deixado cicatrizes. O economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, avalia que o pleito tumultuado e o conflito com Renan Calheiros (MDB-AL) podem ser uma conta cara no futuro. "O custo elevado é que o Senado está conflitado. Renan (Calheiros) é um inimigo poderoso e eles conseguiram transformar ele em um inimigo (do governo) e isso preocupa", argumentou. No radar também está o pedido de suspensão da oferta de US$ 500 milhões em bônus da fabricante de celulose Eldorado, pela Paper Excellence, sócia da J Investimentos na papeleira. A alegação é de que há informações imprecisas no prospecto preliminar, falha na divulgação de fatos relevantes e que sua divulgação violará as leis do mercado de capitais americano Às 9h34, o dólar à vista subia 0,64%, a R$ 3,6810. O dólar futuro de março avançava 0,59%, a R$ 3,6860. Na renda fixa, O DI para janeiro de 2021 estava em alta a 6,98%, de 6,95% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2023 estava a 8,09%, de 8,04% no ajuste de sexta-feira. E o DI para janeiro de 2025 subia a 8,60%, de 8,55% do ajuste de sexta-feira.

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