Marília Sena*
postado em 05/02/2019 17:06
A inflação dos mais pobres acelerou em janeiro e ultrapassou o indicador geral. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) de janeiro, que subiu 0,61%, ficando 0,29 ponto percentual acima do registrado em dezembro, quando o a taxa ficou em 0,32%.
Com o resultado, o indicador acumula alta de 4,29% nos últimos 12 meses. Esse é o maior resultado em dois anos, seguindo o resultado de 2016 que apresentou uma alta de 1,91%. Já o IPC-BR, que mede a alta dos preços para as família com a renda de um a 33 salários mínimos por mês, teve aumento de 0,57% em janeiro, saindo de 0,32%.
Segundo o coordenador do IPC-C1, André Braz, os dados da pesquisa são sazonais e não necessitam de preocupação dos consumidores, pois a tendência é que os valores dos serviços diminuam no próximo mês, exceto o serviço de transporte urbano que subiu de -0,52% para 1,84%.
"O índice do transporte urbano preocupa e deve continuar em alta no mês de fevereiro, mas de uma forma desacelerada, ou seja, o índice vai recuar um pouco, mas vai continuar em alta", explicou o especialista. Braz ressalta que esses aumentos comprometem as famílias de baixa renda, mas que isso não vai ser a longo prazo devido a desaceleração e o otimismo com as reformas econômicas do novo governo.
Além do preço dos transportes, os alimentos também tiveram o preço elevado no último mês. A taxa subiu de 0,83% para 0,84%. Segundo a apuração, os alimentos que mais sofreram aumento foram a banana prata (de 10,88% para 15,70%), leite tipo longa vida (de -5,63% para 3,15%), cenoura (de 9,87% para 32,63%) e o feijão carioca (de 9,87% para 16,54%).
Outros setores que tiveram aumento foram a de Educação, Leitura e Recreação (0,66% para 2,00%), Habitação (0,10% para 0,19%), Despesas Diversas (0,09% para 0,27%), e Comunicação ( -0,02% para 0,01%). Em compensação, os grupos Vestuário (0,70% para -0,56%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,29% para -0,02%), apresentaram recuo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, destacam-se os itens roupas (0,87% para -0,65%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,36% para -0,54%).
* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli