Hamilton Ferrari
postado em 05/02/2019 15:32
Durante o evento Correio Debate: Desafios da Economia em 2019, nesta terça-feira (5/2), a economista e sócia da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, disse acreditar que o governo federal consega aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional. De acordo com ela, o principal fator é o grande capital político do presidente Jair Bolsonaro.
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Segundo a economista, a Tendência considera, em seu cenário básico, a aprovação de uma reforma que gere economia de R$ 800 bilhões em 10 anos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse que a proposta pode evitar gastos de até R$ 1,3 trilhão no mesmo período. "A prioridade é a reforma da Previdência. É o ponto inicial para tudo o que tem que ser feito", disse. "O presidente tem um capital político elevado e essa é a grande variável de apoio;, completou Alessandra.
A especialista ressaltou ainda que é importante o empenho focado na proposta de modificação na legislação de aposentadorias e pensões. "O governo tem agendas bastante conflitantes, quando olha para os diversos temas que estão em debate. Então, dar prioridade para a Previdência é essencial. Há muitas outras coisas a serem feitas, mas trazê-las para a discussão gera o risco de se perderem agendas consensuais, como é a da reforma;, destacou.
Cenário externo e interno desafiadores
De acordo com a economista, o governo Michel Temer adotou medidas que vão na direção do ajuste fiscal e melhora das condições econômicas. Bolsonaro deve dar "continuidade" a essa agenda.
Mesmo assim, ela acredita que há um cenário internacional mais desafiador atualmente, com a desaceleração dos países desenvolvidos e da economia chinesa. Alessandra ressaltou, porém, que o Brasil continuará com a recuperação gradual da economia. Em 2019, a Tendências espera um crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa está 0,5 ponto percentual abaixo da projeção do mercado financeiro.
"Alguns elementos preocupam", justificou. "O fiscal é importante, mas os estados estão enfrentando um problema financeiro muito expressivo. Tanto é que nove estados decretaram estado de calamidade financeira, com atraso de pagamentos e de salário. Isso tem efeito em cadeia importante;, completou a economista.