Economia

Dúvidas sobre a reforma da Previdência travam o mercado, diz Leonardo Porto

O economista-chefe do Citi participou do Correio Debate nesta terça-feira

Alessandra Azevedo
postado em 05/02/2019 19:33
Leonardo Porto, economista-chefe do Citi
O desencontro de informações sobre a reforma da Previdência trava o otimismo do mercado financeiro com as mudanças que poderão ser feitas nas regras de aposentadoria e pensão. Sem ideia sobre o que estará no texto, fica difícil estimar até a economia possível com a aprovação, explicou o economista-chefe do Citi, Leonardo Porto. Ele participou do Correio Debate, na sede do jornal, nesta terça-feira (5/1).
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[SAIBAMAIS]Não está claro se a proposta que vazou na última segunda-feira, com pontos como idades mínimas iguais para homens e mulheres, será a enviada pelo governo ao Congresso, disse o economista. ;Poderia ficar otimista com essa reforma, mas veio Onyx (Lorenzoni, ministro da Casa Civil) e falou que vai ser diferente. (O vice-presidente, Hamilton) Mourão já comentou que discorda da igualdade de idade entre os gêneros e que o presidente Bolsonaro concorda com ele;, pontuou.

Como ainda não ;têm a reforma na mesa;, os economistas trabalham com possibilidades. Por isso, os ganhos estimados por eles costumam ser menos otimistas do que os do governo, que anuncia uma proposta capaz de economizar R$ 1,3 trilhão. Porto, por exemplo, aposta em algo em torno de R$ 500 bilhões, mais ou menos o que renderia a reforma do ex-presidente Michel Temer após as mudanças feitas na comissão especial.

O texto do governo anterior ;criou uma referência;, em termos de negociação política, para os agentes de mercado e para os parlamentares. Por isso, costuma ser usado como base. ;Temos que partir de uma hipótese de trabalho. Primeiro, se vai ter reforma ou não. Nosso cenário mais provável é que vai ser aprovada. Segundo, dentro da aprovação, qual será a magnitude;, explicou Porto.

Embora não saiba se o presidente Jair Bolsonaro aproveitará a reforma de Temer, o economista-chefe do Citi considera ;mais razoável; contar com alguma reforma com magnitude fiscal semelhante à de Temer.

Outro ponto que precisa ser levado em consideração, segundo Porto, é o tempo para aprovação. ;Ninguém acha que a reforma da Previdência via ser aprovada em um ou dois meses. Nosso processo de mudança vai ser gradual;, disse.

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