Economia

Apoiadas por techs, bolsas de NY sobem com Fed e discurso de Trump no radar

Agência Estado
postado em 05/02/2019 19:34
Os mercados acionários americanos encerraram a sessão desta terça-feira, 5, em alta, dando prosseguimento aos ganhos vistos nos últimos dias, em um movimento liderado por papéis de empresas de tecnologia. O avanço das bolsas em Nova York veio em um cenário de espera pelo discurso sobre o Estado da União, a ser realizado à meia-noite (de Brasília) pelo presidente Donald Trump, e em um pano de fundo positivo para os mercados de ações, tendo em vista o viés "dovish" do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e de outros grandes bancos centrais. O índice Nasdaq voltou a se sair melhor do que outros indicadores ao fechar em alta de 0,74%, cotado a 7.402,08 pontos. Na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o Dow Jones subiu 0,68%, para 25.411,52 pontos, e o S 500 avançou 0,47%, para 2.737,70 pontos. Os três índices apresentaram o maior nível de fechamento desde 3 de dezembro. Principal indicador do dia, o índice de atividade do setor de serviços do Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu de 58,0 pontos em dezembro para 56,7 pontos em janeiro. Embora continue a indicar expansão da atividade econômica do segmento, o índice coloca perspectivas negativas à frente ao mostrar a queda acentuada do subíndice de novas encomendas, que passou de 62,7 pontos para 57,7 pontos no mês passado. Apesar disso, a economista-chefe para EUA do Royal Bank of Scotland (RBS), Michelle Girard, afirmou, em nota a clientes, que "a recuperação do índice ISM industrial na semana passada e o nível ainda sólido o suficiente do índice de serviços sugerem, em conjunto, um quadro bastante satisfatório das condições de negócios no início do primeiro trimestre". O otimismo do RBS foi visto nas bolsas, que continuaram a subir e marcaram máximas durante a tarde. Boa parte do tom positivo veio das giant techs. Ainda repercutindo as especulações sobre uma possível compra da Netflix pela Apple, as ações de empresas de tecnologia voltaram a se valorizar nesta terça-feira, ignorando a decepção dos agentes com a receita de publicidade do Google. Enquanto os papéis da gigante de streaming subiram 1,27%, os da fabricante de iPhones avançaram 1,71%, o que consolidou a Apple na primeira colocação em valor de mercado entre todas as empresas de capital aberto do mundo. As ações da Alphabet, por sua vez, apagaram as perdas do início do dia e fecharam em alta de 0,92%, após a companhia divulgar lucro e receita acima do esperado no quarto trimestre de 2018. O viés "dovish" do Fed continuou a ajudar as bolsas. Durante a tarde, o presidente da distrital de Dallas do banco central, Robert Kaplan, voltou a argumentar que a paciência deve ser mantida até que haja mais clareza sobre o quadro econômico nos EUA. Kaplan, agora, projeta um crescimento de apenas 2,0% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA este ano. O tom cauteloso do Fed teve eco em outras autoridades monetárias - casos do Banco Central Europeu (BCE), do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) e do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) -, o que tem apoiado os mercados acionários. No radar dos agentes, também esteve o Estado da União, o principal discurso feito por um presidente americano. À meia-noite, é esperado que Trump volte a defender a necessidade de que um muro seja construído na fronteira com o México e fale, novamente, sobre a questão imigratória nos EUA. Além disso, o republicano pode dizer novidades sobre as relações comerciais sino-americanas, que estão no centro das atenções para companhias ligadas ao setor industrial. Tanto o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, quanto o representante comercial americano, Robert Lighthizer, devem ir a Pequim ainda este mês para que as negociações continuem em busca de um acordo até 1º de março. É com esse pano de fundo que as ações da Boeing subiram 3,32%, enquanto os papéis da 3M avançaram 0,45% e os da Caterpillar tiveram ganho de 0,86%.

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