Economia

Cautela com Previdência e clima desfavorável no exterior contaminam Ibovespa

Agência Estado
postado em 06/02/2019 11:12
A cautela dos investidores com relação aos desdobramentos do debate sobre a minuta da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma previdenciária, antecipada pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), contamina o Ibovespa nesta quarta-feira, 6. O principal índice do mercado acionário brasileiro dá sequência ao segundo dia seguido de queda. Já na abertura, perdeu a marca dos 98 mil pontos para, em seguida, abandonar também o nível dos 97 mil pontos. Às 11h05, caía 1,88%, aos 96.467,11 pontos. Para o economista Alexandre Teixeira, da MCM Consultores, o "vaivém" em relação à discussão acerca do plano de reforma da Previdência no Brasil é um dos principais motivos que deixa o investidor cauteloso. A minuta escancarou divergências dentro do governo e no Congresso sobre os principais pontos do texto. "A reforma é essencial para recolocar as contas públicas na rota da sustentabilidade. É o Calcanhar de Aquiles. A indefinição quanto ao que de fato será apresentado e como será a negociação causam insegurança", afirma. A despeito da queda registrada Bolsa brasileira esta manhã, um operador diz que a perspectiva ainda é positiva para o Ibovespa. "A Bolsa subiu bastante e as notícias praticamente não mudaram. Entrou numa euforia em janeiro e agora parece que está passando por um ajuste. Só não sabemos até quando vai essa correção", cita. O clima externo desfavorável também não ajuda, acrescenta Teixeira. Na Europa, as bolsas cedem, assim como os índices futuros em Nova York, porém o recuo não é tão intenso quanto no Ibovespa. "Tem um pouco de aversão a risco lá fora, mas a queda não é tão profunda, em meio à perspectiva de desaquecimento econômico, o que enfraquece o euro e dá força ao dólar", afirma. Novos temores de desaceleração da economia mundial foram reforçados após inesperada queda de 1,6% nas encomendas à indústria da Alemanha em dezembro na comparação com novembro. O tom pessimista ainda é composto pelos dados desfavoráveis do American Petroleum Institute (API) sobre estoques norte-americanos de petróleo. Os contratos futuros da commodity caem, sobretudo refletindo não somente os acréscimos nos estoques de matéria-prima bruta dos EUA, mas também da gasolina. As ações da Vale caem, assim como as da Petrobras. O noticiário parece que ainda continua ruim para a mineradora. Na terça, a empresa anunciou a declaração de força maior em vários contratos fechados com clientes, por conta da suspensão da produção na mina de Brucutu, após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG). No foco das atenções dos investidores, está a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que tende a manter a taxa Selic em 6,50%, conforme espera o mercado. Já nos EUA, a expectativa é pelo primeiro discurso, às 22 horas (de Brasília), do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, após a reunião de política monetária na semana passada.

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