Marília Sena*
postado em 06/02/2019 20:20
A Petrobras anunciou, na segunda-feira (4/2), o aumento no preço do botijão de gás de cozinha de 13kg (GLP residencial). O produto, que estava sendo comercializado a R$ 25,07 na refinaria, está sendo vendido a R$ 25,33 desde terça-feira (5/2). Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), que representa as distribuidoras de GLP, disse que o reajuste oscilará entre 0,5% e 1,4% de acordo com a região de distribuição.
O presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (ASMIRG-BR), Alexandre Borjaili, afirmou que os reajustes para os revendedores serão altos e isso vai gerar custos também ao bolso do consumidor. Ele criticou o aumento do produto nas refinarias e disse que o gás pode passar de R$ 100 para os compradores finais. "O gás já se tornou um produto de luxo no Brasil, isso pode aumentar o mercado ilegal do produto", disse.
De acordo com Borjaili, a ASMIRG-BR protocolou uma denúncia contra a política de preços exercida pela Petrobras. Para o presidente da associação, o aumento é abusivo, pois o preço do GLP caiu R$ 5 nos últimos meses no mercado internacional. "Nós esperávamos que a Petrobras acompanhasse isso, mas não acompanhou. Ela se baseou no gás importado, infelizmente;, disse.
Segundo um dono de um depósito de gás no Valparaíso (GO), que preferiu não se identificar, a nota da última carga de botijão que chegou essa semana já veio com um aumento de 1,4%. Mas, na contramão, ele decidiu não aumentar o preço do produto para os consumidores, com receio de comprometer as vendas. "O mercado de gás não está unido. Existem vários preços de botijão e isso está prejudicando", reclamou.
Memória
O último aumento do GLP aconteceu em setembro de 2018. Na época, o gás custava R$ 25,10 nas refinaria e, em novembro do mesmo ano, esse valor caiu para R$ 25,07. O reajuste é feito, geralmente, a cada três meses.
Em setembro, o botijão de gás custava entre R$ 80 e R$ 90. A maioria dos consumidores reclamava que donos de restaurante, por exemplo, precisaram aumentar o valor dos seus serviços. Raquel Soraia, 40, é dona de um desses estabelecimentos no DF. Ela conta que teve de aumentar em R$ 1 a refeição que vende. ;Parece pouco, mas os clientes reclamam;, afirmou.
* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli