Hamilton Ferrari
postado em 07/02/2019 13:30
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que os militares vão "junto conosco" na reforma da Previdência. Segundo ele, as Forças Armadas são "patriotas" e sabem que o problema fiscal do país exige mudanças nas regras de aposentadoria. Por uma questão de legislação, porém, as mudanças para os membros das Forças Armadas não devem ser incluídas na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que o governo quer enviar em breve ao Congresso Nacional.
Segundo Guedes, o único ponto a ser definido é com relação à legislação. "Eles não estão na Constituição. A legislação é por lei ordinária. É uma lei diferente, mas eles também vão contribuir com esse ajuste, que vai ter de ser feito", destacou, depois de reunião com investidores em um hotel em Brasília, nesta quinta-feira (7/2).
O ministro disse reconhecer que os militares foram deixados de lado nas últimas décadas. "Os militares são patriotas. Eles alegam, com razão, que foram deixados para trás. Houve várias coisas. Eles tiveram defasagem salarial que os outros funcionários públicos não tiveram, perderam vários instrumentos correlatos, não têm direito de greve, são transferidos de uma cidade para outra sem ter auxílio moradia;, ressaltou. "Mas eles disseram que vão se sacrificar. Eles disseram que vão junto conosco para a reforma. O que eles dizem apenas é que não é a mesma PEC. A lei para eles é diferente."
Decisão de Bolsonaro
Também de acordo com Guedes, caberá ao presidente Jair Bolsonaro decidir como será o envio da proposta ao Congresso Nacional. O que o governo quer evitar, afirmou o ministro, é fazer as mudanças para os militares sem que a PEC da Previdência seja aprovada. "Tem um problema de sincronização aí. Isso tudo o presidente tem que resolver: como é que garante que todo mundo vai pagar pelo ajuste e não só uns? Isso tudo são questões técnicas", explicou.
Mais cedo, Paulo Guedes disse que a PEC da reforma da Previdência não vai incluir a criação de um novo regime trabalhista. "É muito cedo ainda para falarmos de mudanças trabalhistas. Quando o presidente voltar, vamos mostrar várias simulações. Não vamos misturar os assuntos para não atrapalhar o trâmite da reforma."