Gabriel Ponte*
postado em 07/02/2019 19:15
Acompanhando o mau humor externo, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), encerrou o pregão desta quinta-feira (7/2) em queda de 0,28%, aos 94.405 pontos. O pífio desempenho do índice acompanhou a divulgação, por parte do Hospital Albert Einstein, . Pesou também nos negócios locais o discurso de Larry Kudlow, assessor econômico da Casa Branca, ao afirmar que Estados Unidos e China ainda estariam longe de chegar a um acordo comercial que coloque fim ao imbróglio econômico envolvendo os dois países.
De acordo com boletim divulgado pela equipe médica do hospital, na noite de quarta-feira (06/02), Bolsonaro teve um novo quadro, ainda que isolado, de febre. Após submeter-se a uma tomografia, os médicos identificaram imagens semelhantes a uma pneumonia. Com isso, na prática, o mercado diminuiu o ímpeto aos negócios. Um eventual agravamento do quadro médico do presidente poderia postergar sua volta para Brasília, preocupando investidores acerca da reforma da Previdência, como avalia Daniel Xavier, economista-chefe do DMI Group. "O estado de saúde do Bolsonaro é importante, já que afeta o cronograma da reforma da Previdência. É ele que dará a última palavra sobre a proposta de Paulo Guedes, a partir da discussão sobre um material completo, exigindo que ele esteja com a saúde 100%", explicou.
Os negócios locais também foram influenciados pelo cenário global. Imediatamente após o discurso de Kudlow, os índices Nasdaq, Dow Jones e S 500 caíram acentuadamente. "Em paralelo às incertezas em torno da reforma da Previdência, a piora, na perspectiva comercial em torno da negociação entre EUA e China, afetaram o Brasil. Isso pesa em nossas commodities de uma forma específica, nos deixando bastante expostos;, completou.
Os negócios locais também foram influenciados pelo cenário global. Imediatamente após o discurso de Kudlow, os índices Nasdaq, Dow Jones e S 500 caíram acentuadamente. "Em paralelo às incertezas em torno da reforma da Previdência, a piora, na perspectiva comercial em torno da negociação entre EUA e China, afetaram o Brasil. Isso pesa em nossas commodities de uma forma específica, nos deixando bastante expostos;, completou.
Já entre os principais ativos negociados no dia, os papéis ordinários da Vale (-2,40%) e preferenciais da Petrobras (-1,80%), duas empresas com peso considerável na composição de carteira do Ibovespa, tiveram fortes perdas, influenciando, diretamente, o nível de operação do índice, de acordo com Renan Silva, economista da BlueMetrix Ativos. "Em relação à Vale, sabia-se que a empresa enfrentaria, após o acidente, pregões voláteis, e, à medida que novas declarações são dadas mostrando que a empresa poderia ter sido mais proativa, evitando o problema, o mercado penaliza o papel da mineradora, além de acompanhar novos desdobramentos jurídicos em torno da companhia", analisa.
Na visão de Silva, a Petrobras também enfrentou um dia complicado, em meio à queda da cotação dos contratos futuros, para abril de 2019, do barril de petróleo tipo Brent, e ao receio, por parte dos agentes, em torno de uma queda da demanda à nível global, acompanhando um comunicado do Banco Central Europeu (BCE), que diz esperar uma redução da demanda de petróleo neste ano.
Já o dólar encerrou o dia negociado a R$ 3,716 a venda, alta de 0,24%. A sessão de negócios da moeda refletiu as incertezas, por parte dos investidores, em torno da reforma da Previdência. Operadores acompanham o posicionamento de integrantes do governo, mirando alcançar a votação da reforma até meados do ano, o que pode não ocorrer, situação que preocupa os donos do dinheiro. Os agentes econômicos também ficaram apreensivos com a notícia de que EUA e China ainda estão longe de um acordo comercial, pressionando o dólar. Ainda no cenário internacional, o dado negativo, em referência ao mês de dezembro, da produção industrial alemã desapontou operadores globais.
* Estagiário sob supervisão de Roberto Fonseca
* Estagiário sob supervisão de Roberto Fonseca