Economia

Amazonas Distribuidora contesta alegação de concentração de mercado

Empresa de locação de equipamentos de geração de energia entrou com petição no Cade, que analisa se a privatização da ex-subsidiária da Eletrobras afetará a livre concorrência

Simone Kafruni
postado em 08/02/2019 20:15
Empresa de locação de equipamentos de geração de energia entrou com petição no Cade, que analisa se a privatização da ex-subsidiária da Eletrobras afetará a livre concorrência
Após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) considerar complexa a operação de privatização da Amazonas Distribuidora, arrematada pelo consórcio Oliveira Energia e Atem Distribuidora de Petróleo, a empresa esclareceu que os questionamentos baseados na tese de concentração de mercado são improcedentes. O Cade aceitou uma petição da empresa Gopower, que atua no ramos de geradores de energia.

A alegação da concorrente é de que as duas companhias do consórcio atuam nas principais atividades para distribuição de energia no estado de Amazonas, o abastecimento de óleo diesel e a locação de grandes geradores, o que restringiria o mercado. O consórcio explicou, no entanto, que é ;inócua ou inoportuna essa colocação porque o uso de equipamentos está com os dias contados;.

Conforme o presidente da Amazonas Distribuidora, Tarcísio Rosa, produtores independentes estão entrando no mercado do estado do Amazonas. ;No sistema interligado brasileiro, as distribuidoras só podem distribuir energia. Porém, no caso do Amazonas, só foi interligado em 2015. Hoje, as principais cidades, que representam 80% do mercado já estão conectadas;, explicou.

No interior do estado, existem 95 localidades que eram operadas e mantidas pela distribuidora, com diesel e geradores. ;Mas essa operação traz prejuízo para a distribuidora. Então, em 2010, houve a contratação de produtores independentes para entregarem energia. Em 2016 e 2017, foram realizados leilões, vencidos por produtores independentes que vão operar usinas em 87 das 95 localidades;, assinalou.

Os contratos para instalação dessas usinas foram assinados em janeiro de 2018. ;Foi uma licitação internacional. Neste, leilão a Gopower não venceu nenhuma. Mas metade dos produtores independentes vão entrar em operação até julho e o restante até o fim de 2019;, ressaltou. Conforme isso for ocorrendo, as usinas térmicas de propriedade da Amazonas Distribuidora serão desativadas, com exceção de Itacoatiara, Parintins, Silves, Itapiranga e Rio Preto da Eva, porque há planejamento para conectar estes locais ao Sistema Interligado Nacional (SIN) nos próximos anos. ;Ou seja, a locação de geradores vai acabar;, disse.

O consórcio Grupo Oliveira/Atem planeja investir R$ 2,7 bilhões na Amazonas Distribuidora nos primeiros cinco anos, com o objetivo de melhorar a qualidade da energia da população. As empresas que formam o consórcio são genuinamente amazonenses, conhecem as necessidades dos consumidores e tem como objetivo implantar no estado os princípios de modernização, segurança energética e modicidade tarifária, caros a todo o setor de energia.

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