Economia

Copom: inflação está confortável, mas há necessidade de reformas

Com a inflação controlada e em níveis baixos, a autoridade monetária pode continuar com os juros em 6,5% ao ano, considerado o mais baixo da história

Hamilton Ferrari
postado em 12/02/2019 10:59
Após decidir manter a taxa Selic em 6,5% ao ano pela sétima vez consecutiva na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou, em ata, que a inflação está em níveis confortáveis e que as estimativas indicam que há convergência do índice de preços em direção as medas de 2019 e 2020.

A ata do Copom foi divulgada na manhã desta terça-feira (12/2) pelo Banco Central. Com a inflação controlada e em níveis baixos, a autoridade monetária pode continuar com os juros em 6,5% ao ano, considerado o mais baixo da história. Segundo projeções do mercado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será de 3,87% ao término de 2019.

O patamar está bem abaixo do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,25%, com um intervalo de 1,5% para mais e para menos ; variando entre 2,5% e 5,5%.

Os analistas esperam que a Selic suba apenas em 2020, terminando este ano em 6,5% ao ano. Na avaliação de alguns analistas, o Banco Central poderia cortar os juros ainda mais caso a inflação continue surpreendendo para baixo, como tem feito nos últimos meses.

Há uma preocupação, porém, em relação às reformas estruturais, principalmente da Previdência Social. Caso ela não seja concretizada, as pressões inflacionárias em razão do avanço da dívida pública vão ser grandes e o impacto na economia será de desastre, segundo alguns analistas.

"O Copom reitera sua visão de que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a queda da sua taxa de juros estrutural, cujas estimativas serão continuamente reavaliadas pelo Comitê", informou a ata.

O BC também havia uma redução dos riscos internacionais, mas aponta que ainda são relevantes e "seguem com maior peso em seu balanço de risco".

Sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a autoridade monetária acredita que avançará 2,4% em 2019. "Os membros do Copom ressaltaram que uma aceleração de ritmo de retomada da economia dependerá da diminuição das incertezas em relação à aprovação e à implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira", informou.

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