Agência Estado
postado em 14/02/2019 16:54
A perspectiva de que o texto da reforma da Previdência a ser encaminhado ao Congresso seja fechado e divulgado ainda nesta quinta-feira, 14, colocou os juros futuros em trajetória de baixa na última hora da sessão regular, renovando mínimas. Essa possibilidade já permeava os negócios desde manhã, mas a expectativa de que a proposta saia ainda hoje cresceu à tarde, após o início da reunião entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, por volta das 15h e que está em andamento. Do mesmo modo, a bolsa ampliou a alta e bateu máximas e o dólar se firmou em baixa.
No fechamento da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 6,415%, estável ante o ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2021 caiu de 7,061% para 7,00%. A taxa do DI para janeiro de 2023 terminou em 8,12%, de 8,182%. A taxa do DI para janeiro de 2025 fechou em 8,66%, de 8,722%.
Conforme o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou, se houver entendimento sobre os pontos que ainda faltam a ser definidos, como a idade mínima para a aposentadoria de homens e mulheres, a ideia do governo é já divulgar os termos centrais da proposta ainda nesta quinta, para evitar vazamentos.
A confiança em torno de um consenso acabou se sobrepondo aos riscos para a tramitação da proposta no Congresso trazidos pela crise no governo. O estopim foi a afirmação do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, de que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, mentiu ao afirmar que teria conversado por três vezes na quarta-feira com Bolsonaro e divulgar um áudio com a suposta negativa de seu pai. Mais tarde, o próprio presidente retuitou o post do filho e repetiu que o seu ministro estaria mentindo. Bebianno está sob pressão para deixar o cargo após reportagem da Folha de S.Paulo revelar que o PSL teria financiado uma candidatura laranja em Pernambuco nas últimas eleições, quando era o presidente do partido.
Até o meio da tarde, as taxas vinham oscilando de forma moderada, ora em alta, ora em baixa, com o otimismo sobre a reforma de um lado e a pressão do câmbio, de outro.