Economia

Bolsas de NY fecham sem direção única após queda nas vendas no varejo dos EUA

Agência Estado
postado em 14/02/2019 20:29
Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta quinta-feira, 14, sem direção única à medida que os investidores avaliaram a queda bastante expressiva das vendas no comércio varejista dos Estados Unidos em dezembro e notícias relacionadas às negociações comerciais, mas continuaram a repercutir uma visão mais suave das políticas do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), além do noticiário político envolvendo a questão fronteiriça no país. Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,41%, cotado a 25.439,39 pontos, e o S 500 recuou 0,27%, para 2.745,73 pontos. Já o índice eletrônico Nasdaq subiu 0,09%, para 7.426,95 pontos. A grande queda nas vendas no varejo americano entre novembro e dezembro foi a principal notícia do dia. O indicador de consumo contrariou as expectativas de alta de 0,1% do mercado e caiu 1,2% no período. Não por acaso, diversas instituições financeiras revisaram para baixo suas projeções para o crescimento anualizado do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre. Entre elas, Goldman Sachs (de 2,5% para 2,0%), Citi (de 2,9% para 2,7%), JPMorgan (de 2,6% para 2,0%), Credit Suisse (de 3,5% para 2,8%) e Barclays (de 2,8% para 2,1%). O economista sênior para EUA da Capital Economics, Michael Pearce, também cortou sua projeção, que passou de 3,1% para 2,5%. Para ele, o indicador "também sugere que a economia entrou em 2019 com menos impulso do que o previsto". Pearce avaliou, ainda, que o resultado não indica que a economia está entrando em recessão, já que o varejo de dezembro "é difícil de enquadrar" diante de outros indicadores bastante positivos no país. Ações de companhias varejistas apresentaram queda nesta quinta-feira - caso da Macy's (-0,40%), da Kohl (-0,72%), da Nordstrom (-1,59%) e da Amazon (-1,06%). Além disso, a imprensa americana relatou que há um impasse nas negociações comerciais sino-americanas na rodada de conversas em Pequim. De acordo com o Wall Street Journal, a China tem tentado fazer com que o presidente dos EUA, Donald Trump, estenda a trégua comercial ao propor uma ampliação das compras de semicondutores americanos para o total de US$ 200 bilhões em seis anos. "O pessimismo em relação às perspectivas de uma guerra comercial se transformou em otimismo de que isso será resolvido nas próximas semanas", disse a estrategista-chefe de mercados da JPMorgan Asset Management, Karen Ward. No entanto, ela pontua que há "alguns pontos muito profundos onde não há motivos para compromissos que podem emergir". Comentários da diretora do Fed Lael Brainard também foram digeridos pelos investidores. De acordo com ela, os riscos negativos ao crescimento americano "têm, definitivamente, aumentado", o que seria um ponto favorável à pausa na elevação de juros. Segundo ela, mesmo com a queda nas vendas no varejo de dezembro ante novembro, o quadro segue saudável nos EUA este ano. Além disso, ela afirmou que o processo de redução do balanço do Fed "provavelmente pode terminar no fim deste ano", esta uma sinalização "dovish", já que dirigentes anteriormente chegaram a falar em seguir com o corte no portfólio de ativos até 2021. Próximo ao fim do pregão, as bolsas americanas perderam fôlego. O movimento ocorreu ao mesmo tempo em que o líder republicano no Senado dos EUA, Mitch McConnell (Kentucky), disse que Trump assinaria o projeto orçamentário bipartidário, mas declararia emergência nacional para construir o muro na fronteira com o México. A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi (Califórnia), disse que avaliaria opções caso Trump fosse adiante com a declaração.

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