Agência Estado
postado em 18/02/2019 18:42
À espera de um desfecho sobre o caso do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno - cuja demissão é esperada para ocorrer ainda nesta segunda-feira, 18 -, o Ibovespa passou o dia todo em queda e renovou mínimas à tarde. Além da cautela com a crise política, a liquidez foi mais fraca por causa do feriado do Dia do Presidente dos Estados Unidos, que manteve o mercado americano fechado nesta segunda-feira.
O índice fechou em baixa de 1,04%, aos 96.509,89 pontos. O giro foi de R$ 18,045 bilhões, sendo R$ 7,678 bilhões referentes ao exercício de contratos de opções sobre ações. Os temores são de que a crise política atrapalhe a articulação do governo para votação da reforma da Previdência, cuja proposta será encaminhada ao Congresso nesta quarta-feira (20) pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.
Até o momento, a exoneração de Bebianno não havia sido publicada no Diário Oficial da União (DOU), embora a informação seja de que Bolsonaro já a assinou. O vice-presidente Hamilton Mourão, e outros interlocutores diretos do presidente afirmam que a demissão de Bebianno sairá ainda nesta segunda.
Na avaliação de Shin Lai, estrategista da Upside Investor, o que se vê, no entanto, "são algumas fissuras no casco do navio de Bolsonaro, com Bebianno 'queimado' publicamente por Carlos Bolsonaro, em meio à disputa de poder envolvendo os filhos do presidente". Mesmo assim, Lai acredita que todo esse imbróglio não deve respingar na tramitação da reforma da Previdência. "Esse episódio não chega a ser gravíssimo, não causa desestruturação no governo, reflete mais uma tensão no partido, mas é algo pontual", diz. "Os presidentes da Câmara e do Senado se mostraram comprometidos com a reforma da Previdência, outros parlamentares também", acrescenta.