Economia

Às vésperas do fórum nacional, governadores debatem privatizações estaduais

Governadores desembarcam em Brasília nesta semana para participar da III Edição do Fórum dos Governadores, que acontece na quarta-feira (20/2), com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Rosana Hessel, Hamilton Ferrari
postado em 19/02/2019 06:00
Ronaldo Caiado, lider do DEM no Senado em entrevista ao Programa CB.Poder.

Governadores desembarcam em Brasília nesta semana para participar da III Edição do Fórum dos Governadores, que acontece na quarta-feira (20/2), com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-PA). O principal tema do encontro, que está sendo organizado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), será a reforma da Previdência. Os governadores devem debater ainda programas de privatização para ajustar as contas, pois é crescente o número de entes federativos com problemas para pagar salários e aposentadorias.

O governo do DF também considera a venda de estatais para obter empréstimos com aval da União. Banco de Brasília (BRB), Companhia Energética de Brasília (CEB) e Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) estão na lista de estatais passíveis de serem privatizadas levantada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é uma das fontes de financiamento que poderá ser usada pelos governadores.

O ministro Paulo Guedes tem apresentado a proposta aos governadores que tem recebido nos últimos dias. Hoje, ele estará com Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, Gladson Cameli (PP), do Acre, e Renan Fillho (MDB), de Alagoas.

Na segunda-feira (18/2), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), aproveitou para tirar dúvidas com Guedes sobre o texto da reforma, que também valerá para estados e municípios. O democrata disse que gostou do que ouviu do ministro e criticou a proposta de alguns governadores para a criação de um fundo para cobrir o rombo previdenciário com recursos de privatizações de estatais. Segundo ele, Guedes compartilha a opinião. ;Não é possível usar as estatais para cobrir o deficit da Previdência. Não dá para atender a 3% da população se a propriedade das estatais é de todos;, disse ele, em entrevista ao Correio.

Caiado adiantou que Iquego (Indústria Química de Goiás), Metrobus e Celg GT estão na lista de privatizações. Na avaliação dele, porém, os governadores precisam discutir melhor o modelo de venda de estatais, a fim de evitar o que aconteceu à Enel, que comprou a Celg Distribuição em novembro de 2016. ;Goiás hoje não consegue crescer por falta de condições de fornecimento de energia elétrica. É um gargalo completo. A empresa está pior que a antiga estatal. As agências têm que ter independência capaz de exigir investimentos;, disse. Segundo ele, a Enel está priorizando a Eletropaulo, adquirida em 2018.

Pacote


O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), defende um pacote para ajudar os estados em conjunto com a tramitação da reforma da Previdência. Caiado disse que a secretária de Fazenda de Goiás, Cristiane Alkmin, se reuniu com o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, para tratar de um projeto de lei que poderá antecipar empréstimos aos estados que apresentarem um programa de corte de gastos e venda ou abertura de capital de estatais. A medida seria uma alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), ao qual apenas o Rio de Janeiro aderiu, e que ;não se mostrou eficaz;.

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