Terceiro colocado na corrida presidencial de 2018, o ex-governador Ciro Gomes (PDT-CE) defendeu que a oposição abandone a "intransigência" e se disponha a dialogar com a situação. A fala do ex-presidenciável aconteceu nesta terça-feira, 19, em Brasília, durante debate organizado pelo PDT sobre a Previdência Social, na véspera da apresentação da reforma da Previdência ao Congresso, que deve ser feita pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
"Temos que trocar o radicalismo de goela por um debate no qual a gente chame o governo", disse Ciro. "Por um vazio absoluto de ideias, você escassa um radicalismo retórico. A consequência prática dessa atitude é nenhuma, você apenas legitima o que está aí e provavelmente projeta o que está aí para se reeleger daqui quatro anos", falou.
Ciro fez críticas indiretas ao PT e à esquerda como um todo, a quem acusou de estar perdida e de não ter "compreensão estratégica". Para Ciro, é hora da esquerda abandonar o identitarismo como pauta principal e se voltar para o debate econômico. "Feminismo, ecologia e outros são temas importantes, mas a gente não pode exercitá-los de forma identitária porque isso acaba aperfeiçoando a agenda conservadora e deixa para lá as questões de natureza econômica", discursou, antes de apresentar uma crítica à reforma da Previdência que deve ser apresentada na quarta-feira, 20. No começo do ano, o PDT decidiu se descolar do PT e integrar bloco de oposição ao governo ao lado outros partidos.