Agência Estado
postado em 21/02/2019 11:33
O Ibovespa sobe nesta manhã num processo de recuperação das perdas da véspera, quando caiu 1,14%, perdendo a marca dos 97 mil pontos (96.544,81 pontos). Contudo, operadores ponderam que um sobe-e-desce durante o dia não está descartado, lembrando que ainda há muita incerteza com relação ao avanço da reforma previdenciária, cuja proposta foi divulgada ontem. Às 10h38, o principal índice da B3 subia 0,14%, aos 96.681,66 pontos.
Passada a apresentação da proposta, o noticiário sobre o poder de negociação do governo para aprovar a reforma e os sinais do que poderá ser alterado é que serão acompanhados com afinco pelo mercado, diz um operador. Além disso, ressalta, agora, também tende a voltar o olhar mais acurado ao exterior.
Contudo, no geral, hoje as bolsas europeias oscilam perto da estabilidade, bem como os índices futuros de Nova York, o que não sugere muita empolgação para o mercado acionário brasileiro. "Lá fora está devagar. Novas informações sobre a reforma ficarão continuarão no centro das atenções, mas como a apresentação já feita, não deve surgir muita novidade", afirma Luiz Roberto Monteiro operador da mesa institucional da Renascença Corretora.
No exterior, a preocupação em meio ao desaquecimento econômico mundial prossegue. Há pouco, na ata da última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) afirmou que os dirigentes viram mais incertezas sobre a duração da desaceleração na zona do euro. Conforme o BCE, há muita incerteza se fatores adversos serão transitórios, ou não.
Em relação ao projeto de reforma previdenciária do governo Bolsonaro, os analistas citam a possibilidade de dificuldade de negociação do governo para aprová-lo, já que há rumores de que não teria o número suficiente para isso. Entendem que a batalha não será fácil, especialmente porque o governo tem enfrentado crises que podem respingar sobre este processo.
"O Paulo Guedes ministro da Economia estima economia de R$ 1 trilhão, mas alguns economistas falam algo entre R$ 800 bi e R$ 500 bi. Imagino que o mercado vai querer R$ 1 tri. Com isso, espera-se volatilidade. O foco ficará em cima de discussões desse tipo", avalia Monteiro.
A MCM Consultores avalia em nota que a proposta vai de encontro ao cenário da consultoria que prevê crescimento da atividade em aceleração, taxa de inflação nas metas e juro real mais baixo. Contudo, alerta, que o desafio será sua aprovação no Congresso. "Por certo, estas mudanças apresentam alguma margem para negociação. Os itens mais propensos para serem alterados são as pensões rurais, o BPC Benefício de Prestação Continuada, a regra de transição, entre outros", cita.
Um outro operador observa que a aprovação de alguma parte da reforma da Previdência será melhor do que nada, mas não descarta volatilidade do Ibovespa daqui para frente. "Parece que o governo teria só 200 votos na Câmara são necessários 308 votos para aprová-la. Alguns gostaram da reforma, enquanto outros a criticaram. Não dá para esperar muito do Ibovespa", estima o operador.