Economia

Representação tem de mudar, diz presidente do SESI

Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, novo presidente do SESI, também preside a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), cargo em que está desde 1995

Paulo Silva Pinto
postado em 21/02/2019 18:12
Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, novo presidente do SESI, também preside a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), cargo em que está desde 1995
A representação empresarial no Brasil tem que mudar, alerta um dos principais expoentes da área industrial do país, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira. Ele é, desde terça-feira, o novo presidente do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi). Também preside a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), cargo em que está desde 1995.

A posse de Vieira ocorreu em um momento conturbado, enquanto o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, estava preso. Ele foi detido pela Polícia Federal (PF) de manhã e solto à noite, em uma operação que tem por objetivo investigar exatamente o desvio de recursos do Sesi.

Vieira foi escolhido para o cargo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em um movimento que foi visto como um desafio a Andrade. O objetivo declarado de Guedes é promover uma mudança drástica na área, que se sustenta principalmente com recursos que são recolhidos compulsoriamente. Vieira disse que seguiará por essa meta. ;Não é possível mais continuarmos vivendo nesses pilares estabelecidos por Getúlio Vargas;, afirmou.

Hoje, um tributo de 1,5% da folha salarial das empresas industriais é recolhido pelo governo e entregue ao Ses, para financiar serviços de educação, cultura e lazer aos trabalhadores de empresas industriais. E 1% é recolhido para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), responsável por cursos profissionalizantes ; ambas são entidades do Sistema S, que também existem nas áreas do comércio, agricultura e transportes. Dos recursos do Sesi e do Senai, respectivamente 7% e 1% são repassado à CNI e às federações estaduais de indústrias. ;Isso tem de acabar. Só não pode ser de uma vez. É preciso fazer uma transição;, explicou.

Vieira estima que, com essa mudança, será preciso reduzir muito as estruturas das federações, mesmo as que têm maior capacidade de arrecadação adicional, como a Firjan e a Fiesp, de São Paulo. Algumas, menores, poderão deixar de existir. Hoje todos os 26 estados do país e o Distrito Federal têm essas entidades, mesmo nos locais onde a indústria é praticamente inexistente. As ligações entre representação patronal e entidades

O presidente da Fiesp Paulo Skaf também acha que é possível reduzir custos. ;Em São Paulo, houve queda de 30% dos recursos em quatro anos, porque criaram um fundo da indústria aeronáutica e tiraram o setor sucroalcooleiro da indústria. E nós conseguimos resolver isso. Tivemos de nos reinventar;, disse ele, que também é um dos cinco vice-presidentes executivos da CNI.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação