Simone Kafruni
postado em 07/03/2019 06:00
Alunos com deficiência deram uma aula de acessibilidade ao utilizarem a tecnologia Handsfree, que permite o uso de equipamentos sem as mãos. O projeto foi apresentado durante a inauguração do segundo Laboratório de Tecnologia e Robótica Include do Centro-Oeste, no Centro Comunitário Cisne Branco (Cisbran), no Guará. O ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, afirmou que o evento mostrou a necessidade de o país investir mais em tecnologias para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência.
;Isso vem sendo esquecido, de certa forma, no Brasil;, disse Pontes. O ministro ressaltou que pretende usar a infraestrutura existente, como laboratórios e universidades, para conectar os centros de tecnologia aplicada em rede. ;Para ampliar a escala de tudo o que é feito no Brasil;, explicou. A diretora do Centro de Ensino Especial 1, Adriana Almeida, assinalou que a ferramenta Handsfree custa R$ 4 mil. ;Mas, se ganhar escala, pode chegar a R$ 200, porque quem desenvolveu está disposto a abrir a tecnologia se for um projeto de governo;, disse.
Com as mãos livres, o projeto Include, desenvolvido pelo Comando do 7; Distrito Naval, se tornou mais atrativo para os alunos do Cisbran, primeira unidade no Brasil a atender crianças e jovens com deficiência por meio da tecnologia assistiva. O Include promove a inclusão tecnológica por meio de aulas de eletrônica, mecânica, programação, sensores, robótica, drones, impressora 3D e óculos de realidade virtual que estimulam o desenvolvimento de soluções.
Segundo o coordenador do Include nas duas escolas da Marinha, Luiz Carlos Loiola, há uma expectativa de ampliar o projeto em 2019. ;Vamos melhorar as condições dos dois laboratórios para atender mais alunos;, afirmou. Uma equipe multidisciplinar formada por técnicos, professores e voluntários, coordenada pelas Voluntárias Cisne Branco, é responsável pelos laboratórios.
A voluntária Ana Cristina Silva aproveitou a presença no evento da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para pedir apoio. ;Sou admiradora do seu trabalho com pessoas com deficiência e pensei: ;Nossa luta é antiga, mas a hora é agora. Precisamos de infraestrutura;;, disse. Michele viu alunos com dificuldades de movimentos usarem os computadores e ouviu histórias de superação.
Uma delas, contada pelo presidente do Instituto Handsfree, Sérgio Maymone, revelou como um aluno que ficou tetraplégico não perdeu o ano na escola graças à tecnologia assistiva. ;Colocamos câmeras na sala de aula e ele participou ativamente, interagindo e escrevendo no quadro da sala de dentro do seu quarto. Até no recreio conseguimos levá-lo, com uma câmera GoPro na mão de um colega;, destacou.