Agência Estado
postado em 08/03/2019 11:05
A B3 e outras 67 bolsas participam do "toque o sino" conjunto nesta sexta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, para promoção do tema de equidade de gênero nas empresas.
O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, que abriu o evento, destacou que dois séculos serão necessários para que haja o fim da desigualdade de gênero no mundo. Ele notou ainda que houve queda no número de mulheres ocupando os cargos de CEO no ano passado para 24 globalmente, de 32 em 2017.
Finkelsztain observou ainda que 18% dos conselhos de administração têm preocupação com a ocupação de assentos por mulheres. Ele notou ainda que as mulheres recebem o equivalente a 76% dos salários dos homens e trabalham três horas a mais.
Os presentes ao evento ressaltaram o impacto positivo no resultado das empresas com a presença das mulheres nos cargos de alto escalão. Ana Carolina Querino, representante da ONU Mulheres, citou pesquisas mostrando que a margem de lucro das empresas aumentou 3,7% entre as que têm mais de uma mulher em seus conselhos. O ganho pode ser elevado em 6% no caso das companhias com 60% dos conselhos formados por mulheres.
"O desafio da equidade é o protagonismo", disse o presidente do Santander, Sérgio Rial. Ele afirmou que as mulheres têm de se provar, citando Ana Botín, chairman do Santander.
Rial aconselhou as mulheres a terem ambições, assumirem o desejo de mudança, o protagonismo individual, administrarem suas carreiras com garra para assumir as lideranças. Rial falou ainda de "força mental" e "resiliência emocional".
Denise Hills, representante do Pacto Global e consultora chefe de sustentabilidade do Itaú Unibanco, afirmou ser preciso um compromisso público assumido pelas empresas para que haja conscientização da relevância para a sociedade e para os negócios da redução do impacto climático e ampliação da participação das mulheres nas empresas.
Ela destacou que no Brasil apenas 10% dos cargos de diretoria executiva no mercado financeiro são ocupados por mulheres. Mas acrescentou que a situação não é diferente no mundo, lembrando que na Noruega, um dos países de menor diferenciação de gênero, a participação é 16%.