Agência Estado
postado em 11/03/2019 10:02
O dólar opera em queda no mercado doméstico na manhã desta segunda-feira, 11. Investidores precificam a perspectiva de instalação da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara nesta quarta-feira, 13, segundo operadores. É pela CCJ que deve começar a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência.
Líderes partidários podem começar a indicar nomes para compor o colegiado a partir desta segunda-feira, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Na tarde desta segunda, o presidente Jair Bolsonaro reúne-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes (15h), em meio a informações contraditórias sobre a articulação política e o apoio já obtido pelo governo à aprovação da proposta.
Além disso, um clima externo ameno nesta manhã contribui para induzir vendas da moeda americana. Na sexta-feira, 8, os dados bem mais fracos que o esperado de criação de vagas (payroll) nos Estados Unidos foram os principais responsáveis pelo movimento de realização de ganhos com o dólar em âmbito global. Internamente, o dólar voltou a se aproximar na semana passada da barreira dos R$ 3,90, mas acabou terminando a semana na casa dos R$ 3,870.
O operador Luís Felipe Laudísio dos Santos, da Renascença DTVM, destaca que os investidores estrangeiros zeraram posição comprada em 22.280 contratos com Bancos na contraparte geral, na sexta-feira. Nesta segunda, após final de semana com diversas notícias políticas, que podemos caracterizá-las como positivas a princípio, abre-se caminho para uma melhora neste início de sessão, avalia. Ele prevê, no entanto, que a semana com agenda econômica intensa, principalmente com a possibilidade de instalação da CCJ na quarta-feira, deve seguir com bastante volatilidade.
O ajuste de baixa nesta segunda ocorre após o dólar ter acumulando ganhos de 3,11% em março até a última sessão. A queda em linha com o recuo majoritário do dólar ante divisas de países emergentes exportadores de commodities nesta manhã no exterior. O índice do dólar estava estável há pouco.
Nas principais bolsas europeias e futuros de Nova York predominam ganhos, com exceção do Dow Jones Futuro que recua, afetado por perdas de ações da Boeing, após a queda de uma aeronave 737 Max 8 da Ethiopian Airlines neste domingo, na Etiópia, que matou 157 pessoas. Algumas companhias aéreas já começaram a suspender a utilização do modelo e sua operação foi suspensa na China. Na Europa, as principais bolsas também avançam, apesar das incertezas sobre a separação do Reino Unido da União Europeia, cujo prazo final expira em 29 de março.
Às 9h40 desta segunda-feira, o dólar à vista caía 0,53%, a R$ 3,8495. O dólar futuro para abril recuava 0,52%, a R$ 3,8525.
No radar dos agentes financeiro está o leilão federal de três blocos de aeroportos marcado para esta sexta-feira (15/3). A previsão de analistas do mercado é de que operadores da Europa darão o tom à operação. A expectativa é de que o certame atraia tanto grupos que já atuam no País, como a Vinci (operadora do terminal de Salvador), quanto novos entrantes, como as estatais francesa ADP e italiana Aena.