Agência Estado
postado em 11/03/2019 11:34
O Ibovespa abriu em alta nesta segunda-feira, 11, renovando máxima, dando sequência do ganho de 1,09%, na sexta-feira, quando fechou aos 95.364,85 pontos. No Brasil, as informações divulgadas no fim de semana a respeito da reforma da Previdência agradaram aos investidores, no sentido de indicarem empenho do governo em avançar no tema. Somado a isso, o clima positivo no exterior também deve ajudar o Ibovespa a subir neste início de semana. O Ibovespa retomou o marca dos 96 mil pontos e já ronda o nível dos 97 mil pontos.
Às 11h14, subia 1,61%, aos 96.896,47 pontos. Os papéis da Petrobras avançaram mais de 3%, influenciados pela elevação do petróleo e ainda pela ampliação do programa de desinvestimento anunciado pela estatal.
O encontro do presidente Jair Bolsonaro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no sábado, 9, para unir forças a favor da reforma previdenciária foi bem visto. A expectativa de instalação da Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) até esta quarta-feira é considerada um passo importante para testar a possibilidade de avanço da proposta.
Para o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada, o Ibovespa tem condições de se valorizar não somente hoje mas também ao longo da semana, dependendo da evolução do tema Previdência. "Agora, realmente está se voltando as atenções para a reforma. Isso por si só deve diminuir as pressões sobre a Bolsa", avalia, prevendo a partir disso menos instabilidade.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que restavam 48 votos para a medida passar. Entretanto, a líder do PSL na Câmara, a deputada Joice Hasselmann, afirmou que ainda não é possível garantir esse número citado pelo ministro. Para avançar, são necessários os votos favoráveis de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação. Depois, é preciso ter o apoio de 49 dos 81 senadores também em duas rodadas.
"Nos cálculos do Paulo Guedes só restam 48 votos, mas a Joice discorda. O PSL precisa entrar num acordo. Contudo, o presidente Bolsonaro, que se dizia contrário a negociatas, parece que está aberto a isso, já estaria favorável a negociar a fim de aprovar a reforma. Isso deve dar impulso ao Ibovespa", resume um operador.
Também para a equipe econômica da MCM Consultores, a fala do ministro da Economia sobre a reforma da Previdência e o envolvimento maior de Bolsonaro na tramitação desta emenda animam os investidores.
No exterior, apesar das tensões geopolíticas permanecerem no radar, os mercados acionários operam predominantemente no campo positivo nesta manhã, devolvendo parte da queda registrada nos últimos pregões, observa em nota o Bradesco.
"Lá fora, está um pouco mais tranquilo, saíram números bons de China e também dos EUA. Isso pode ajudar mais aqui, cujo mercado tem andado com as próprias pernas", avalia o operador.
Pouco antes do fechamento deste texto, o governo norte-americano informou que as vendas varejistas no país subiram 0,2% em janeiro ante dezembro. A previsão era de estabilidade nas vendas.
O resultado pode dar certo alivio, à medida que os últimos indicadores colocaram dúvidas a respeito do ritmo de desaceleração econômica, especialmente depois da divulgação dos dados fracos de emprego. Esse desempenho tem reforçado a expectativa de manutenção dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).