Agência Estado
postado em 13/03/2019 11:19
Em fevereiro, 61,5% das famílias brasileiras relataram ter algum tipo de dívida, um aumento de 1,4 ponto porcentual em relação aos 60,1% observados em janeiro deste ano e 0,3 ponto porcentual maior ante fevereiro do ano passado, informou nesta quarta-feira, 13, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao divulgar a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
Segundo a CNC, o aumento, na comparação mensal, do porcentual de famílias com dívidas é o segundo consecutivo. O nível de fevereiro é o maior patamar desde dezembro de 2017.
O porcentual de famílias com dívidas ou contas em atraso também aumentou em fevereiro ante janeiro, passando de 22,9% para 23,1% do total. Houve diminuição, porém, do porcentual de famílias inadimplentes em relação a fevereiro de 2018, quando 24,9% das famílias entrevistadas disseram ter compromissos financeiros atrasados.
Já o porcentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes também aumentou na comparação mensal, passando de 9,1% em janeiro para 9,2% do total em fevereiro de 2019. O indicador havia alcançado 9,7% em fevereiro de 2018, informou a CNC. O tempo médio de atraso foi de 64,9 dias em fevereiro de 2019 - estável em relação aos 64,9 dias de fevereiro de 2018.
Entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas diminuiu na comparação anual, passando de 29,4% em fevereiro de 2018 para 29,1% em fevereiro de 2019 - 19,5% das famílias entrevistadas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas.
"Além da recuperação gradual do consumo das famílias, esperada para este ano, há um fator sazonal que deve ter influenciado neste resultado, que corresponde à incidência dos gastos extras de início de ano, ocasionando uma maior demanda por empréstimos. Entretanto, houve uma redução no comprometimento médio de renda com o pagamento de dívidas, tanto na comparação mensal quanto na anual, refletindo condições ainda favoráveis de juros e prazos", explica Marianne Hanson, economista da CNC, em nota divulgada pela entidade.