Agência Estado
postado em 13/03/2019 18:15
O otimismo com a reforma da Previdência deu fôlego ao mercado de ações e o Índice Bovespa renovou seu recorde histórico, ao atingir inéditos 98.903,88 pontos, em alta de 1,10%, nesta quarta-feira, 13. Na visão de analistas e operadores, não houve notícia específica que justificasse o aumento do otimismo, mas um conjunto delas, que reforçou a percepção de que a reforma evolui sem percalços.
A quarta-feira foi marcada pelo compasso de espera da instalação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara (CCJ), ponto inicial da tramitação da reforma da Previdência. Pela manhã, o Ibovespa chegou a cair até 0,37% (97.464 pontos), dando continuidade à realização de lucros da véspera. O movimento de correção não demorou a ser absorvido, com a ação de investidores em busca de se antecipar a notícias positivas do cenário doméstico. Na máxima, o Ibovespa atingiu 99.267 pontos (+1,47%).
"O Ibovespa vinha travado, oscilando no patamar entre 97 mil e 98 mil pontos, sem um 'trigger' que o tirasse desse intervalo. A sensação de que as coisas estão acontecendo conforme o previsto reduziu o comportamento defensivo do mercado, que passou a aceitar assumir maior risco", disse Rafael Bevilacqua, estrategista da Levante Ideias de Investimento. Uma vez instalada a CCJ sem contratempos, Bevilacqua acredita que o índice pode colocar os 100 mil pontos em teste já no pregão de quinta-feira.
No conjunto de influências positivas para a bolsa no dia estiveram também a alta das bolsas de Nova York, a tranquilidade no mercado de câmbio e a queda das taxas de juros futuras, refletindo apostas de que o Banco Central promova corte da taxa Selic este ano. Essas apostas ganharam fôlego com os dados fracos da produção industrial brasileira em janeiro.
A alta da bolsa foi generalizada entre as blue chips, mas garantida principalmente pelos papéis do setor financeiro, que respondem por cerca de 30% da composição do índice. Nesse grupo, destaque para Itaú Unibanco PN (+1,08%). Com o petróleo em alta no exterior e a melhora do apetite pelo "kit Brasil", as ações da Petrobras avançaram com força. Petro ON, preferida dos investidores estrangeiros, subiu 2,69%. Petro PN, mais líquida, avançou 2,18%.
Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, a maior alta ficou com CSN ON, que disparou 9,32%. Parte da alta foi atribuída à notícia divulgada pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, de que a companhia pediu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a prorrogação do prazo dado para a empresa vender ações da Usiminas. Na ponta negativa ficaram as ações do setor varejistas, como Via Varejo ON (-4,55%) e B2W ON (-3,38%), penalizadas pelo dado fraco da produção industrial.