Agência Estado
postado em 18/03/2019 10:32
As taxas futuras de juros operam próximas dos ajustes anteriores, após terem iniciado a sessão em baixa, sintonizadas com a queda do dólar ante o real. Na abertura desta segunda-feira, 18, o investidor olhou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de janeiro pior que o estimado, num momento em que o mercado volta a cogitar corte da Selic este ano.
Após avançar 0,21% em dezembro (dado revisado), a economia brasileira teve baixa em janeiro de 2019. O IBC-Br recuou 0,41% em janeiro ante dezembro, na série com ajuste sazonal. O resultado veio pior que a mediana das estimativas colhidas pelo Broadcast Projeções, mas dentro do intervalo previsto de -1,00% e +0,70%.
Além disso, o dólar é negociado mais fraco ante a maioria das moedas emergentes e ligadas a commodities, com os mercados à espera de um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais dovish (mais leve), enquanto no Brasil as apostas são de manutenção da Selic em 6,50% nesta primeira reunião com o novo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Na sexta-feira passada, os juros tiveram uma sessão mais volátil e fecharam perto dos ajustes.
As atenções estão ainda na visita do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, aos Estados Unidos, e no envio do projeto da reforma da Previdência ao Congresso, esperado para até quarta-feira. Bolsonaro se encontra na terça, na Casa Branca, com o presidente Donald Trump. Nesta segunda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem reuniões, em Washington, com o secretário do Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross (12h15), e com o representante comercial do país, Robert Lightizer (16h30).
Sobre a aposentadoria dos militares, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) revelou que o texto apresentado ao ministério da Economia inclui uma reestruturação da carreira militar que implicaria em custo extra em torno de R$ 10 bilhões nos primeiros dez anos.
No boletim Focus desta segunda, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic no fim de 2019 em 6,50% ao ano, mas revisaram a previsão para 2020 de 8,00% para 7,75%. A mediana para o IPCA este ano passou de alta de 3,87% para elevação de 3,89%. A projeção para o índice em 2020 seguiu em 4,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo nível. Já a expectativa de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 desacelerou de 2,28% para 2,01%. Para 2020, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do PIB em 2,80%. Quatro semanas atrás, estava em 2,58%.
Às 10h08, o DI para janeiro de 2021 estava em 6,99%, de 6,97% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2023 indicava 8,7%, de 8,06% no ajuste de sexta-feira. No câmbio, o dólar à vista estava em leve baixa, aos R$ 3,8191 (-0,04%).