Economia

Maia critica proposta do Benefício de Previdência Continuada e da rural

O presidente da Câmara dos deputados defendeu a aprovação da reforma durante seminário organizado pela Fundação Getúlio Vargas

Bruno Santa Rita - Especial para o Correio
postado em 18/03/2019 15:13
Rodrigo Maia
O presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou hoje pela manhã que o governo cria ;polêmicas demais; com a reforma da Previdência. Durante seminário organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Maia recomendou que o governo não deveria insistir na discussão sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a previdência rural. O presidente da Câmara reforçou, no entanto, a importância da aprovação da reforma e da discussão com a sociedade sobre o assunto.

;A gente tem essa discussão do BPC que o governo fez, na minha opinião, uma confusão desnecessária no debate;, criticou Maia. Ele também fez referência à questão da aposentadoria rural. ;Também há um debate sobre a aposentadoria rural. Parece injusto mexer nela e, acho que da forma como o governo está querendo mexer, também desnecessário;, explicou. Segundo o deputado, esses debates não devem ter tanto protagonismo se não trouxerem impacto real para as contas públicas.

Maia defendeu, no entanto, um debate mais atencioso para os ruralistas. ;A gente não pode esquecer que mais de R$ 100 bilhões do déficit previdenciário no Regime Geral provém da aposentadoria rural. A gente consegue ter sete milhões de moradores no campo e nove milhões de aposentados;, alertou.

O deputado reafirmou a ideia de que a máquina pública ficará inviável caso não ocorre a reforma previdenciária. Segundo ele, cada vez mais, recursos que seriam direcionados para setores como educação e saúde serão escassos. ;Construímos, nos últimos 30 anos, um Estado inviável de continuar existindo [...] ou a política reconstrói as despesas ou o divórcio da política com a sociedade será cada vez maior;, explicou.

Ele também criticou as aposentadorias com benefícios para cargos de setores públicos. ;O servidor público tinha que entender, no meu ponto de vista, que carreira de servidor público deveria ser, de fato, a carreira. Não deveria haver gratificação. Isso deveria ser para o setor privado;, disse. ;Como está todo mundo no teto, ou você garante uma função gratificada ou uma produtividade para que os servidor possa estar estimulado a trabalhar no serviço público. Daqui a três anos não terá mais recurso para investimentos públicos. É um debate amargo, mas fundamental;, completou.

O seminário continua pela tarde de hoje e contará com a fala de especialistas no tema ;reforma da Previdência.

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