Economia

Estagnação provoca queda real do faturamento do setor supermercadista

Levantamento da Abras aponta que apesar do recuo, o setor projeta crescimento para 2019

Rodolfo Costa
postado em 18/03/2019 15:50
Frutas no supermercado

O faturamento real do setor supermercadista recuou no ano passado 3% em relação a 2017. É o que apontam dados divulgados nesta segunda-feira (18/3) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Apesar do resultado, a quantidade de empregos gerados subiu 1,7%, o melhor resultado nos últimos quatro anos. São 1,85 milhão de trabalhos diretos.

Em 2018, o setor faturou R$ 355,7 bilhões. Nominalmente, significa que o setor cresceu 0,7%, o equivalente a 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto, como a inflação no ano passado foi de 3,7%, significa que o crescimento real apresentou uma queda de 3%, em um ano que a atividade permaneceu estagnada. Apesar do recuo, o setor projeta crescimento para 2019.

A Abras não informou a projeção do faturamento para este ano, que consiste entre a multiplicação entre o volume de vendas e o preço unitário dos produtos comercializados. A previsão do volume, entretanto, é de um crescimento real de 3%. Entram nos cálculos da entidade a expectativa em relação à melhora dos níveis de emprego e renda da economia.

O reaquecimento do setor depende do consumo das famílias. Quanto maior a geração de empregos, maiores serão os gastos entre todos os segmentos. E, para isso, a aprovação da reforma da Previdência é uma espécie de condicionante. Embora a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que atualize as regras de aposentadoria não garanta o equacionamento do déficit fiscal do governo a curto prazo, ele sinaliza um maior comprometimento com o ajuste fiscal a médio e longo prazo.

Para os empresários, a aprovação da proposta seria uma espécie de estímulo, dando mais confiança a investir em abertura e expansão de novas lojas no Brasil, e não em títulos de dívidas emitidos no exterior -- os chamados bonds -- ou outros ativos financeiros. Isso, por consequência, possibilitaria a criação de mais empregos e o aumento de gastos, destaca o presidente da Abras, João Sanzovo Neto.

As articulações políticas pela aprovação e o empenho do governo federal em aprovar a reforma deixam Sanzovo otimista. ;O nosso negócio só cresce com aumento de renda. E isso só vem com emprego. Eu acredito que a parte da iniciativa privada e dos investimentos vai ficar mais forte com essa sinalização de que as reformas vão andar e vão acontecer. Serão aprovadas e, com certeza, aprovando essa reforma da Previdência ainda no primeiro semestre, os investimentos que estão todos já preparados e projetos eles vão ser desencadeados com mais força;, destacou.

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