Agência Estado
postado em 19/03/2019 10:17
Começou às 10h04 a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom). Na tarde desta terça-feira, 19, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom.
Na quarta-feira, eles têm mais uma rodada de discussões antes de decidirem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 6,50% ao ano.
Esta é a primeira reunião do Copom desde que o economista Roberto Campos Neto assumiu a presidência do BC, no lugar de Ilan Goldfajn. Além dele, também estreiam no colegiado o diretor de Política Monetária, Bruno Serra, e o diretor de Organização do Sistema Financeiro, João Manoel Pinho de Mello.
Apesar das mudanças na composição do Copom, a expectativa é que o colegiado mantenha, pela oitava vez consecutiva, a Selic em 6,50% ao ano. De um total de 43 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam pela manutenção da Selic em 6,50% ao ano - o menor patamar desde que a taxa foi criada, em 1996.
Para o fim de 2019, no entanto, algumas instituições chegam a projetar novo ciclo de corte de juros, na esteira da recuperação lenta da economia e dos índices controlados de inflação. Entre 43 projeções, oito casas esperam por uma Selic abaixo de 6,50% ao ano no fim de 2019. Apenas uma instituição projeta o juro básico acima deste patamar. As demais projetam a Selic estável até o próximo ano.
No encontro anterior do Copom, em 5 e 6 de fevereiro, o colegiado manteve a Selic no patamar de 6,50% ao ano. Ao mesmo tempo, indicou que os riscos de curto prazo relacionados ao cenário externo diminuíram e que deve manter "cautela, serenidade e perseverança" nas próximas decisões, "inclusive diante de cenários voláteis".
Desde então, diversos indicadores econômicos sugeriram que a economia brasileira segue em marcha lenta - o que, para algumas instituições, abre espaço para novo ciclo de cortes da Selic ou pelo menos garante a taxa básica no mínimo histórico por mais tempo.
Na segunda-feira, o Banco Central informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br), que serve como parâmetro para avaliação do ritmo da economia brasileira, recuou 0,41% em janeiro ante dezembro, na série com ajustes sazonais. Foi o primeiro recuo após dois avanços mensais consecutivos, em novembro e dezembro.
Já o IPCA - o índice oficial de inflação - subiu 0,43% em fevereiro, acumulando alta de 3,89% nos 12 meses até fevereiro. Na prática, a taxa segue em patamar confortável, já que a meta perseguida pelo BC este ano é de inflação de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (taxa de 2,75% a 5,75%).