Economia

Fundo Philip Morris anuncia lista com dois projetos brasileiros anticrime

Projetos devem ser concluídos nos próximos dois anos e oferecem recomendações de como enfrentar os crimes e ações para utilizar ferramentas para capturar o comércio ilegal

Gabriela Tunes*
postado em 19/03/2019 19:19
Revólver mantém uma balança em equilíbrio
O fundo internacional da Philip Morris anunciou, nesta terça-eira (19/03), a lista dos 31 projetos escolhidos que receberão US$ 21 milhões para o combate do comércio ilegal e crimes ao redor do mundo. Os projetos foram anunciados durante uma reunião da Força-Tarefa para o Combate ao Comércio Ilícito da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OECD). Entre 23 países escolhidos, está o Brasil, que abrange dois desses projetos.

A Philip Morris é uma das principais empresas de tabaco do mundo. Desde 2016, ela tem um fundo exclusivo para apoiar projetos dedicados ao combate do comércio ilegal e crimes relacionados. Até hoje, o fundo destinou mais de US$ 49 milhões em 60 projetos no mundo inteiro. Com a OECD, que tem como missão promover políticas para melhorarem o bem-estar social ao redor do mundo, as duas organizações trabalham para buscarem soluções para problemas comuns.

Os dois projetos brasileiros escolhidos têm como objetivo a segurança para os brasileiros e para as fronteiras com o Brasil. O primeiro foi desenvolvido pelo Instituto de Relações Internacionais da USP, em parceria com a OEA e a ONU, e pretende melhorar a integração com as polícias da Argentina, do Brasil e do Paraguai de modo a fiscalizar a região da Tríplice Fronteira. "Os recursos permitirão construir uma rede de colaboração entre pesquisadores e agentes públicos e ampliar o impacto das políticas públicas de controle dos ilícitos transnacionais na região", afirma Leandro Piquet Carneiro, um dos responsáveis pela iniciativa.

Já o segundo projeto foca no desenvolvimento de um banco de dados para mapear as atividades criminosas e dados socioeconômicos entre a região e o estado de São Paulo, e tem como objetivo reunir informações que auxiliem autoridades na repressão e, para empresas, em estratégias de proteção de seus negócios. "Nosso objetivo é fornecer dados de qualidade, tanto para a formulação e avaliação de políticas públicas quanto para o setor privado desenvolver suas próprias estratégias de proteção e intervenção no problema", confirmou o idealizador do projeto, João Henrique Martins, cientista político, especializado em economia criminal e políticas de controle do crime.

De acordo com Fernando Vieira, diretor de assuntos coorporativos da Philip Morris Brasil, foram 157 propostas inscritas, originárias de 23 países e a escolha dos projetos é feita por um comitê de especialistas internacionais e independentes. "Eles representam um amplo conjunto de setores, incluindo think tanks, instituições acadêmicas, universidades e autoridades policiais", completou.

Para o diretor, os dois projetos estão em linha com a necessidade do país, que sofre com problemas de comércio ilegal. Para isso, é necessária a integração das autoridades responsáveis pela repressão ao crime organizado. "Além da integração de autoridades, um banco de dados atualizado e de qualidade sobre as atividades ilícitas permitirá um trabalho de inteligência importantíssimo frente a esta questão", destacou.

Os projetos devem ser concluídos nos próximos dois anos e oferecem recomendações de como enfrentar os crimes e ações para utilizar ferramentas para capturar o comércio ilegal. Da mesma forma, pretende criar iniciativas para conscientizar a população sobre os crimes e programas para abordar áreas específicas de preocupação, além de ligações das diferentes formas de comércio ilícito como parte de redes criminosas globais.

* Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca

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