Economia

Ibovespa volta ao patamar dos 98 mil pontos com Previdência e exterior

Economia prevista pelo texto que inclui os militares, além da conjuntura internacional, motivou a forte realização de lucros registrada no pregão

Gabriel Ponte*
postado em 20/03/2019 18:48
Ibovespa
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), recuou, pela segunda vez consecutiva, hoje (20/3), em meios à divulgação do texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência, estimando uma economia, em 10 anos, de R$ 10,45 bilhões. Também teve destaque, no dia, as falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em torno do conflito comercial do país com a China. Com isso, o índice, que, nesta semana, chegou a alcançar, durante a sessão intradiária, o patamar dos 100 mil pontos, encerrou o pregão em queda de 1,55%, aos 98.041 pontos.

Nem mesmo a decisão do Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), que optou por manter os juros básicos da economia norte-americana entre 2,25% e 2,50%, aumentou o ímpeto ao risco por parte dos agentes econômicos. Durante o dia, o presidente dos EUA, Donald Trump, em entrevista à imprensa, disse que o país poderá manter, por um período substancial de tempo, as tarifas de importação aos produtos chineses, até que o país asiático atenda as demandas de Washington.

Renan Silva, economista da BlueMetrix Ativos, explicou que o Ibovespa esteve muito "sensível", após as fortes altas em dias anteriores, em meio à agenda econômica cheia nesta quarta-feira. "Em relação ao texto da Previdência dos militares, que prevê uma economia, em 10 anos, de R$ 10 bilhões, o processo de realização da bolsa foi um maior estímulo para essa questão. A cada ponto de discussão do texto, ou até mesmo da economia, espera-se pela volatilidade nos negócios, e hoje não fugiu à regra", explicou.

Ainda de acordo com Silva, o comunicado do Fed, acerca da manutenção dos juros dos EUA, que foi divulgado às 15h (horário de Brasília) deu ânimo, momentaneamente, às bolsas mundiais, incluindo a brasileira, que chegou a zerar as perdas. "Inicialmente, houve uma euforia, mas, no fim, acabou por não contribuir ao nosso mercado. Vimos, recentemente, um rali na B3 (intenso movimento de compra e venda de ativos), e a bolsa esteve um pouco exausto", completou.

Já o dólar norte-americano encerrou o dia em queda de 0,61%, sendo negociado a R$ 3,768 a venda. A divisa estrangeira caiu fortemente após a decisão de manutenção dos juros, por parte do Fed. "A decisão da autoridade monetária foi o ápice do dia. O mercado monitorava a possibilidade de o Fed poder elevar os juros dos Estados Unidos, e, diante disso, assumiram a posição de comprados (quando os agentes apostam na valorização da moeda). No entanto, concretizando-se a decisão de estabilidade dos juros, o mercado passou a vender a moeda norte-americana, reduzindo sua cotação frente ao real;, explicou Reginaldo Galhardo, gerente de Câmbio da Treviso Corretora.

* Estagiário sob supervisão de Roberto Fonseca

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