Bruno Santa Rita - Especial para o Correio
postado em 25/03/2019 15:21
O ministro da economia, Paulo Guedes, se reuniu, nesta segunda-feira (25/3), com Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para debater a reforma da previdência. Durante a Reunião Geral da FNP, Guedes afirmou que não há turbulências no processo político da reforma da Previdência. ;Não tem caos nenhum. Não pode ter toma lá, da cá;, afirmou. O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho também esteve presentes no evento.
Guedes também afirmou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), sabe da importância da reforma, porém há alguns pontos de discordância. ;Ele pode ter isso. Ele apoia a nossa proposta e sabe da importância. Há dois anos atrás, quando foi eleito presidente da Câmara, no discurso de posse, ele havia dito que vai apoiar e que precisava fazer a reforma;, ressaltou. O ministro da economia também afirmou que Davi Alcolumbre (DEM), presidente do Senado, também é a favor, porém com ressalvas. ;Isso não quer dizer que ele é 100% a favor do que está lá;, informou.
O guru da economia também exaltou o momento político brasileiro. Segundo ele, esse é o momento em que o país está mais evoluído em questões políticas. ;Agora temos de tudo. O Brasil está revigorado nas pautas políticas. Está enriquecendo politicamente e estamos vendendo a história ao contrário, que há uma crise terrível;, disse Segundo ele, a dinâmica de uma sociedade aberta traz discussão e, às vezes, o embate de ideias. ; O que eu vejo é algo perfeitamente normal;, refletiu.
Após a reforma da Previdência, o próximo passo do governo é descentralizar o orçamento da União e dividi-lo pelos estados e municípios por meio da PEC do pacto federativo. De acordo com Guedes, com isso, será possível combater a violência e as crises em casa estado. ;O problema é avançar nisso e morrer com colapso da previdência;, alertou. ;O poder absoluto corrompe absolutamente tudo. O desafio a frente é extraordinário;, completou.
Os privilégios do funcionalismo público na aposentadoria também foram abordados por Guedes. ;Tem sete ou oito milhões de pessoas que se beneficiam dessa face da desigualdade que se tornou o sistema previdenciário brasileiro. Vamos ter que decidir se quem tem privilégios poderão mantê-los. A primeira coisa que acontece com a não reforma é a interrupção do pagamento de salários;, avisou. Como o rombo previdenciário é um problema nas contas públicas do país, quem irá quebrar é o governo. ;Então, se quebrar, os primeiros que perdem são os setores públicos;, completou.
Apoio ao governo
O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou durante o evento que conversou com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da PEC da Previdência, Felipe Francischini (PSL) sobre a seleção de um relator para o processo. ;Tive a oportunidade de conversar com o presidente da CCJ e ele me disse que o relator será escolhido essa semana;, explicou
Sobre a articulação política, Marinho informou que as negociações ficarão por conta do minsitro ca Casa Civil, Onys Lorenzoni, e os líderes do governo na Câmara. Ele garantiu que o presidente Jair Bolsonaro já está envolvido no processos. ;Ele tem (o presidente) já está envolvido. Ele já tem repetido e reiterado seu compromisso com o projeto;, disse.
O prefeito de Campinas (SP) e presidente da FNP, Jonas Donizette, reforçou publicamente o apoio da instituição à reforma da previdência. ;A gente sabe que para criar uma atmosfera de geração de empregos a gente precisa criar uma frente. Número do ministério mostram que, se aprovada, a reforma em quatro anos irá gerar economia de R$ 32 bilhões para os municípios e, em 10 anos, R$ 150 bilhões;, afirmou.
Donizette, no entanto, reforçou que as recentes trocas de farpas e desestabilização do governo na articulação da aprovação da reforma da Previdência não é oportuno para o momento. ;Há boa vontade nossa de ajudar, mas preciso ter a responsabilidade de passar para o senhor (Paulo Guedes) a nossa preocupação com a condução política desse processo;, ressaltou.