Economia

Juros fecham em queda, nas mínimas, com melhora na percepção sobre Previdência

No exterior, os yields dos Treasuries tiveram queda expressiva, na medida em que avançam as expectativas de corte no juro norte-americano

Agência Estado
postado em 25/03/2019 17:55

No exterior, os yields dos Treasuries tiveram queda expressiva, na medida em que avançam as expectativas de corte no juro norte-americano

O mercado de juros devolveu parte do estresse visto na sessão anterior e fechou com as principais taxas em queda e nas mínimas do dia, que teve um volume atipicamente elevado para o padrão das segundas-feiras. Os investidores deram um crédito para a mobilização do Executivo em apaziguar a crise em torno da reforma da Previdência junto ao Congresso, corrigindo um pouco do pessimismo em torno da proposta. O cenário externo também contribuiu para a redução da inclinação da curva.


O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou a etapa regular na mínima de 6,450%, de 6,480% na sexta-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 caiu de 7,142% para 7,02%, também na mínima. O DI para janeiro de 2023 terminou com taxa de 8,17% (mínima), de 8,292% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 recuou de 8,842% para 8,76% (mínima).

A segunda-feira, 25, foi de grande volatilidade nas taxas, que abriram dando sequência ao aumento de prêmios, uma vez mantido durante o fim de semana o mal-estar entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No fim da manhã, as taxas começaram a corrigir parte do estresse, após a informação de que Bolsonaro, em reunião com ministros, recomendou foco total esta semana para tentar viabilizar a proposta da Previdência. As taxas então zeraram a alta e passaram a operar perto da estabilidade. À tarde, se firmaram em queda, renovando mínimas, em meio a declarações otimistas do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a economia e sobre a reforma.

Ele disse acreditar que, em "três ou quatro meses" a questão da reforma estará resolvida, durante evento da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em que também pediu ajuda para que o projeto passe no Congresso. Guedes disse também que Maia sabe da importância da reforma. "Em discurso de posse, dois anos trás, ele disse que deve fazer a reforma. E o presidente do Senado já disse que é a favor", acrescentou.

O estrategista de renda fixa da GS Research, Renan Sujii, afirma que o mercado vinha colocando um preço otimista demais para a reforma e os eventos da semana passada mostraram que o processo não é linear. "Houve recolocação de prêmio na curva porque efetivamente não vai ser fácil a tramitação. Hoje (segunda) os ânimos se acalmaram um pouco com a reunião de Guedes e ministros buscando novamente a articulação", disse.

Em alguma medida, também contribuiu para o recuo das taxas a notícia de que a Justiça mandou libertar o ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro Moreira Franco, que é casado com a sogra de Rodrigo Maia, presos pela Lava Jato na semana passada. "A prisão tirou momentaneamente o foco da Previdência e trouxe risco de paralisação do Congresso. Agora, esse bode saiu da sala", explicou Sujii.

No exterior, os yields dos Treasuries tiveram queda expressiva, na medida em que avançam as expectativas de corte no juro norte-americano, o que é benéfico para ativos de economias emergentes.

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