Agência Estado
postado em 27/03/2019 10:17
Os juros futuros são negociados em alta firme, reagindo ao dólar caro e também à cena política. A aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Orçamento gerou cautela dos agentes econômicos, que aguardam pela participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta quarta-feira, 27, à tarde. Na terça, as taxas médias e longas fecharam em alta refletindo a insatisfação do mercado com a desistência de Guedes de ir à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para esclarecer dúvidas dos parlamentares sobre a reforma da Previdência.
A PEC do Orçamento, aprovada por 440 deputados em menos de duas horas, aumentou o engessamento dos gastos do Poder Executivo de 93% para 97% e seria a primeira medida do pacote de maldades que a Câmara quer tirar a gaveta para expressar a insatisfação com a falta de diálogo com o Planalto.
Atualmente a equipe econômica tem liberdade para redefinir algumas despesas, mas a proposta obriga o governo a aplicar 1% da receita corrente líquida em emendas coletivas. Os deputados, agora, querem votar um projeto que limita o poder do presidente de editar medidas provisórias.
Sobre a reforma da Previdência, Guedes deve ir à CCJ da Câmara dos Deputados no dia 3 de abril. Já a votação da admissibilidade da reforma da Previdência na comissão está prevista para 17 de abril. O presidente da CCJ na Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), reafirmou ontem que pretende definir ainda esta semana o nome do relator.
No radar, também está o risco de uma paralisação dos caminhoneiros no próximo dia 30 de março. O tema foi discutido nesta semana no Planalto.